quarta-feira, 25 de junho de 2008

O Elogio à Preguiça - Parte I


Reflexão sobre o "trabalho"


Logo depois de pecarem, o todo poderoso expulsou Adão e Eva do paraíso e os condenou a viverem do “suor de seus rostos.” Essa sentença por si só excruciante, foi exponenciada pelo homem moderno até o ponto de exaurir a terra envenenar mares e rios num ridículo frenesi de consumo e sofrimento (conforme o caso) de tal ordem, que atualmente parece encaminhar o mundo para um abismo... Sim porque segundo dizem, só na china existem 1,325,851,888 pessoas esperando a chance de adquirir seu automóvel... e ainda tem a India o Brasil etc...
Mas voltando, eu ia dizer que, para aqueles que estão mais intessados em usufruir e compreender a existência e suas implicações imediatas do que adquirir o ultimo modelito Louis Vuitton, aqui vai uma dica: “O Direito à Preguiça”, de Paul Lafargue , está á disposição gratuitamente aqui.

Abaixo segue, um aperitivo:

"Uma estranha loucura se apossou das classes operárias das nações onde reina a civilização capitalista. Esta loucura arrasta consigo misérias individuais e sociais que há dois séculos torturam a triste humanidade.

Esta loucura é o amor ao trabalho, a paixão moribunda do trabalho, levado até ao esgotamento das forças vitais do indivíduo e da sua progenitora. Em vez de reagir contra esta aberração mental, os padres, os economistas, os moralistas sacrossantificaram o trabalho.

Homens cegos e limitados, quiseram ser mais sábios do que o seu Deus; homens fracos e desprezíveis, quiseram reabilitar aquilo que o seu Deus amaldiçoara. Eu, que não confesso ser cristão, economista e moralista, recuso admitir os seus juízos como os do seu Deus; recuso admitir os sermões da sua moral religiosa, econômica, livre-pensadora, face às terríveis conseqüências do trabalho na sociedade capitalista.

Na sociedade capitalista, o trabalho é a causa de toda a degenerescência intelectual, de toda a deformação orgânica.

Comparem o puro-sangue das cavalariças de Rothschild, servido por uma criadagem de bímanos, com a pesada besta das quintas normandas que lavra a terra, carrega o estrume, que põe no celeiro a colheita dos cereais.

Olhem para o nobre selvagem, que os missionários do comércio e os comerciantes da religião ainda não corromperam com o cristianismo, com a sífilis e o dogma do trabalho, e olhem em seguida para os nossos miseráveis servos das máquinas "


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