quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Será que a Av. Paulista terá mesmo destino que a R. XV de Novembro?

No início do século XX as propagandas diziam algo mais ou menos assim: “Agora você não precisa mais ir a Paris porque Paris está aqui” referindo-se ao comercio e ao requinte da R. XV de Novembro que agora é uma várzea...

Em 1981 meu primeiro emprego foi na XV de novembro 317 Banco Sogeral, na função de “Contínuo” (uma espécie de Office Boy interno) da Diretoria, de onde Sairia o Presidente do Banco Central, Dr. Elmo de Araújo Camões para quem eu comprava diariamente, almoços e lanches nos saudosos restaurantes Dix, Guanabara, Leiteria Miguel Couto, etc.

A XV de novembro era ainda linda, limpa, movimentadíssima e o coração financeiro da cidade com a Bolsa de Valores e sede de vários bancos, mas o êxodo, ou melhor, abandono do centro já havia começado.

O saudoso e premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha, a respeito desses movimentos, costumava dizer que o mercado Imobiliário era um dos principais responsáveis pelo abandono de vastas áreas da cidade que em sua visão era um” projeto”.

Começou com o mercado imobiliário proclamando que “A região central estava decadente e que o “chique no último”, era se mandar para a Av. Paulista, e em seguida foi a mesma cantilena com a Faria Lima, depois para Av. Berrini... -e agora já nem sei qual é a bola da vez-, para depois comprarem a região central a preço de banana e a relançarem como chique-retrô o que já está acontecendo.  Uma pena que o Mendes da Rocha não viveu para ver sua profecia se cumprindo.

Agora, não bastasse aquela feiura das Casas Bahia em frente ao Teatro Municipal, onde era o Mappin, acabo de ler no jornal que a ex-majestosa Livraria Cultura do conjunto Nacional na Av. Paulista em breve será uma lojona do Magazine Luiza. 

Fico já imaginando aquele monte de lavadora e geladeira invadindo a calçada com aquelas cartolinas de liquidação e umas caixas de som daquelas grandonas anunciando as promoções ao som do pancadão...


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