Da Folha de São Paulo
Mantido o atual ritmo de crescimento da economia, o Brasil levará 30 anos para atingir um patamar de renda por habitante de países hoje listados entre os ricos.
Não se trata de riqueza nos padrões da Suécia ou dos Estados Unidos: esse é o tempo necessário para alcançar a renda atual da Eslováquia, a menor entre as economias consideradas avançadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Um eslovaco tem renda média anual de US$ 18 mil, enquanto o brasileiro deverá ficar nos US$ 11 mil em 2013.
Com a economia do país (ou seja, o Produto Interno Bruto) crescendo a 2,5%, e a população a 0,9%, a renda nacional por habitante terá expansão estimada de 1,6% neste ano.
Nessa velocidade, será necessário um século inteiro para atingir uma renda de US$ 55 mil, semelhante à dos americanos e suecos hoje.
Esses dois países ricos representam dois modelos diferentes de organização da economia e do gasto público, ambos influentes no Brasil.
Os EUA têm carga tributária relativamente baixa _na casa de 25% da renda do país, contra 35% no Brasil_ e gasta relativamente pouco com proteção social _9% do PIB, contra quase 13% no Brasil.
Já a Suécia é referência mundial em programas de previdência, assistência e amparo ao trabalhador, que somam gastos de 22% do PIB e exigem uma carga tributária de 50%.
Desde a Constituição de 1988, o Brasil se inclina mais para a linha sueca de elevação das despesas sociais e dos impostos, o que ajudou a reduzir a miséria e a desigualdade. Em contrapartida, o crescimento econômico ficou mais lento.
É claro que só uma renda elevada não basta para que um país seja desenvolvido. Graças ao petróleo, o Qatar tem renda per capita de US$ 105 mil, só inferior aos US$ 110 mil de Luxemburgo, mas a escolaridade média de seus habitantes, de sete anos, é semelhante à do Brasil.
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