"Os
manifestantes, simbolicamente, malgrado eles próprios e malgrado suas
afirmações explícitas contra a política, realizaram um evento político!
O
estopim das manifestações paulistanas foi o aumento da tarifa do transporte
público e a ação contestatória da esquerda com o Movimento Passe Livre (MPL),
cuja existência data de 2005 e é composto por militantes de partidos de
esquerda. Em sua reivindicação específica, o movimento foi vitorioso sob dois
aspectos. Conseguiu a redução da tarifa e definiu a questão do transporte
público no plano dos direitos dos cidadãos, e portanto afirmou o núcleo da
prática democrática, qual seja, a criação e defesa de direitos por intermédio
da explicitação (e não do ocultamento) dos conflitos sociais e políticos.
Políticas
(públicas?) definidas e orientadas pelos imperativos dos interesses privados,
as montadoras de veículos, empreiteiras da construção civil e empresas de
transporte coletivo dominam a cidade sem assumir nenhuma responsabilidade
pública, impondo ao longo dos anos o que ficou conhecido como inferno urbano ...leia mais
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