sábado, 21 de dezembro de 2019

Ah, o natal...!


Bernard Shaw, o brilhante dramaturgo e frasista irlandês, disse certa vez que o melhor lugar para passar o Natal era um longínquo país oriental no qual a data não fosse comemorada. Concordo com ele e vou além porque fico raivoso com o povaréu me abalroando e  movendo-se bovinamente nas ruas, supermercados e shoppings estupidamente sem nem ao menos saber porque e transformando tarefas simples como ato de entrar num supermercado para apanhar nossa cerveja de cada dia num verdadeiro inferno. O Trânsito então nem se fala. Aquelas luzinhas chinesas cafonas até mais não poder, o chato do papai noel e a famigerada árvore de natal... Uma coisa sem sentido algum!? E o que dizer da histeria geral e comercial? Afff! 
Bem, em princípio não tenho nada contra festas, mas tenho tudo contra a babaquice e a HISTERIA geral por causa do Natal e ano novo e seu zero-significado.  O mais enervante de tudo é  aquele contaminante estado de anti-climax de que vai acontecer algo grandiloquente e o desespero para comprar lixo e comidas horrorosas como chester, tender, peru, etc. Hoje mesmo, fui comprar um barbeador e peguei um fila de uns dez metros no caixa com aquela musiquinha intragável de fundo e todo mundo com o carrinho lotado de espumante vagabundo, panetone ordinário, uma alegria postiça contrabandeada sabe-se lá de onde e os inexpugnáveis rojões que já começam a estourar anunciando que "grande momento" se aproxima (danem-se os animais de estimação).
Segundo um estudo ("Scroogenomics- Why You Shouldn't Buy Presents for the Holidays") da famosa escola de administração da Universidade da Pensilvânia, Para quem os recebe, nossos presentes valem apenas 53% ou seja 47% gasto com presentes são dinheiro jogado no lixo. O Psicalista Contardo Calligaris analisando o estudo, levanta questões interessantes:


... Por que oferecemos presentes de natal? Resposta óbvia: para produzir a maior satisfação possível no presenteado, para fazê-lo feliz. Talvez, mas vamos devagar. Por exemplo, é bem possível que a troca natalina de presentes seja sobre tudo um gigantesco "potlatch", como dizem os antropólogos, ou seja, uma maneira de torrarmos festivamente nossos recursos (dinheiro, bens e tempo) só para manifestar nossa riqueza (grande ou pequena) aos outros, ao céu e a nós mesmos. Além disso, cada um presenteia amigos e inimigos por razões que pouco têm a ver com a intenção de fazer o outro feliz. Há presentes pedagógicos e paternalistas (ofereço um vale-livros ao primo que não gosta de ler e uma camiseta P ao maridão que virou um boto), assim como há presentes que servem só para cumprir o protocolo ou para intimidar os presenteados (no estilo: "Este, meu caro, você nunca vai poder retribuir".)

... Quando alguém que amo (e que me ama) me oferece um presente, não espero receber aquele objeto que quero e procuro há tempo -claro, vou gostar de receber isso, e vai ser uma festa, mas, cá entre nós, esse tipo de coisa posso encontrar e comprar sozinho. De quem me ama, espero muito mais: espero receber algo que, até então, literalmente, eu não sabia que eu queria.
O verdadeiro presente é aquele que me revela meu próprio desejo.
 ...(continua
Publicado originalmente no Diário da Manhã em 24/12/2011 e de lá pra cá só piorou

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Curiosidade pela vida


Sempre achei esquisito pessoas que gostam de dirigir, não se interessarem por saber o básico do básico, sobre o funcionamento do motor e transmissão que faz o seu objeto do desejo –automóvel-, se mover,  que é uma ideia simples, fascinante e pode ser explicada e compreendida em menos de dez minutos, mas à cada tentativa, há desinteresse e tédio em 98,7% das vezes. Me pergunto o porquê dessa não curiosidade pelas coisas?  Como pode alguém cruzar uma ponte magistral e sequer se perguntar como aquilo pôde ser erigido!?  Como pode alguém pretender questionar decisões do STF sem ter noção de direito constitucional ou discutir política sem ler nada sobre o tema, ou mesmo criticar um jogador por não fazer gol se a função dele não é essa!? A meu ver a falta de curiosidade tem nos conduzido a um contagiante barateamento mental que nivela tudo por baixo e onde a pasmaceira triunfa.
Para mim a curiosidade pela vida em toda sua amplitude e um mínimo de conhecimento sobre o que nos cerca é o combustível da existência. Não vejo sentido nem graça em viver gastando o tempo somente com distrações frívolas ou pouco interesse pelas coisas que nos rodeiam sejam físicas ou intangíveis!?  Longe de mim achar que entendo de alguma coisa mais que os outros, mas seguramente sou curioso e estava pensando em voltar a estudar alguma coisa nova tipo geologia..., mas me sentido velho demais quando hoje topei com esta entrevista inspiradora de um cara com 96 anos que continua estudando.




quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O Mundo imaginário dos mínions e beatificação da boçalidade


A internet esta ferramenta fantástica, também tem um lado ruim que é a proliferação de notícias falsas e boatos. Tento explicar aos adoradores de fake news, que da mesma maneira que procuramos o médico para saúde, o engenheiro espacial para explicar eventos atmosféricos, um alfaiate para cortar um terno e um agrônomo para tratar das plantas, temos que recorrer ao Jornalismo profissional para nos informar.

De outro modo, ficamos todos sujeitos às fake News já que todo mundo pode escrever notícias, confeccionar um banner ou editar um vídeo no youtube etc, difamando ou exaltando o time ou político de estimação e veicular nas redes sem nenhuma conexão com a verdade factual.

Infelizmente a verdade factual não importa mais neste momento ridículo que estamos vivendo no Brasil. Importa somente se a “notícia” nos agrada ou não, ou seja, vivemos agora o tempo da ambiguidade e da auto-verdade, que é um termo técnico para designar narrativas descoladas da realidade.

Coisa de uns dois meses atrás fui adicionado a um grupo WhatsApp da turma de 1980 da Escola Agrotécnica Federal de Goiás onde fiz o 2º grau em regime de internato. Tipo uma prisão rs... Era uma escola fazenda onde estudávamos teoria de manhã, aulas práticas a tarde e ocasionalmente, reforço à noite. Só podíamos sair do alojamento sábado à tarde e tínhamos que estar de volta no Domingo até as 22:00hs.

Decorridos 39 anos alguém começou a localizar os membros da nossa turma que eram 120 inicialmente e 83 foram localizados, alguns morreram, outros não foram encontrados e está rolando o maior tricô como direito a fotos e lembranças variadas e diabruras do tempo de internato e já tem alguns professores também incluídos no grupo e vai até rolar um grande encontro ainda neste mês ou no próximo.

Naquela época as Escolas Técnicas Federais com internato, eram super procuradas porque o ensino era bom, com laboratórios e mais alimentação e hospedagem gratuitos e eram o sonho das famílias rs... Tinha até cursinho e Vestibulinho para entrar.

Em um grupo tão grande como o nosso e com gente de todo o Brasil, de todas as origens, cor, raça, rico, pobre, milionário, remediado, preto, branco desdentado e de idades variadas  e nesta altura da vida, era de se esperar uma mínima pluralidade mental..., mas -pasmem-, a despeito de tudo isso, não há nenhum sinal de disso atá agora.

O que era para ser um espaço de congraçamento foi se transformando num palanque rastaquera do ideário mais reacionário possível, um verdadeiro palco de fake news, com vídeos e informações falsas jorrando aos borbotões. É aterrador constatar esse lado maluco da internet entre pessoas escolarizadas.
Pior que isso é a   assustadora unanimidade e distanciamento do pensamento crítico com automático alinhamento de ideias que me faz sentir um estranho e passam o dia inteiro com um discurso uníssono sobre o "mito' e dizendo que os jornais e tevês mentem o tempo todo, mas eles têm notícias de fonte limpa e despejam o dia todo centenas de fake news sobre todos os assuntos e gostos. Tem desde aquelas fakes com aparência de seriedade e mais elaboradas para os mais exigentes até as mais idiotas possíveis com erros infantis e absurdos ou descoladas da mínima ligação com a concretude.

Atacam tudo e todos daqui e de fora que não aderem à cartilha boçal. É como se fosse um grupo de mídia antagônica à realidade. Um fábrica de falsidades. Para cada fato real noticiado, imediatamente aparecem os contra-ataques boçalnaristas em pelo menos cinco versões falsas para; O bolsominion ilustrado, o néscio-ingênuo, o imbecil rematado, o supostamente letrado e o paranoico-terraplanista, de tal forma que ninguém fique de fora da “auto-verdade” que segundo eles, a grande imprensa e os jornais tradicionais teimam em esconder ou distorcer, porque para eles o Brasil não para de melhorar velozmente desde que o boçal se elegeu e tem até os dados estatísticos nessas “notícias” de sites apócrifos ou banners sem identificação, procedência ou fonte Crível.

O quadro é desolador.

Não há sinal de questionamento ou debate. Só adesão, unanimidade, absolutismo cego e aplausos de torcida.
O ódio aos 9 dedos e a prisão em 2º instância é como o oxigênio para todo bolsomínion que também aposta todas as suas fichas no herói Sergio Moro.

Não saí do Grupo ainda porque tenho uma memória afetiva/nostálgica desse tempo  e com alguns membros queridos do grupo, mas  aquilo que era para ser  união e reencontro para relembrar os tempos de internato virou um palco por onde escorrem mentiras e ilusões do boçalnarismo o tempo todo. Tenho claro carinho por essa época e por muitas pessoas do grupo, mas agora virou mais um laboratório para me ajudar a entender o que diabos está acontecendo com o Brasil?  Antes eu achava que essa ideia de "conspiração" tinha a ver com pouca instrução alienação, falta de senso crítico etc.…, mas não é tão simples assim visto que até professores que ali estão, propagam essas difamações e notícias sem fontes críveis e boatos e calunias  contra qualquer figura pública que questione o Mito, como Caetano Veloso etc....

De onde será que vem essa ideia de que o mito e o entorno são “iluminados” e destinados pelo divino para salvar o Brasil do descaminho e da corrupção, e que a mídia tradicional e a ciência são apenas petralhas que mentem e batalham contra o país, meodeusdoceo !?????

Agora, suprema ironia, é pensar que a mídia gorda que estimulou esse estado de coisas, acreditando que iria emplacar um candidato centrista, é agora taxada pelos boçalnaristas de serem inimigas da “verdade”, comunistas e por aí vai... Quem diria!?
O País atualmente virou um hospício para alguns e a suíça para os mínions em seu mundo imaginário, mesmo com o dólar passando de R$ 4,00 a gasolina caminhando pra R$ 6,00 e o botijão de gás a R$ 93,00. O mais engraçado é que os bolsomíniosn tem uma explicação (risível) pra tudo, porque a política deixou de ser a ciência da organização, direção e administração de estados ou nações voltadas para o bem coletivo, e passou a ser uma paixão nacional, uma nova religião com pessoas se comportando como torcedores de futebol e a razão foi para a lata do lixo, tanto que hoje somos 200 bilhões de Constitucionalistas e Cientistas políticos enquanto o país marcha para o abismo como se pode constatar se informando por jornais e revistas especializadas como Financial Time, Estadão, The Guardian, Folha de São Paulo etc... porque Mínion que se preza, diz que é tudo mentira e se informa por fake news, lives do mito e nos telejornais do bispo boçalnarista e similares.

Obs: Não precisam perder tempo me xingando de petralha, porque não sou comunista, nem petista, nem leninista, nem marxista, nem nenhum outro desses rótulos. Só não sou cego, obscurantista e nem adepto de teorias conspiratórias. Acredito que política não é religião nem torcida de futebol, mas uma arte e uma ciência complexa destinada à gestão de estados e nações de maneira equitativa e democrática atendendo a TODOS e que deve estar sendo sempre fisicalizada por todos.


Heróis e mitos só nos livros e gibís

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Era uma vez, um país pouco dado à leitura, que foi tragado por fantasmas.


Dentre 76 países pesquisados, pelo PISA international , o Brasil ocupa o vergonhoso 59 º lugar no índice de leitura e segundo o Market Research World, 44% dos brasileiros nunca lê e 30% nunca adquiriu um livro, o que por si só já explica muita coisa, pois como dizia Ray Bradbury “Não é preciso queimar livros para destruir uma nação. Basta que as pessoas não os leiam!”

Nos últimos quatro dias o presidente Bolsonaro falou e fez tantos absurdos que qualquer pessoa minimamente instruída está em choque, como se pôde ver pela resposta do diretor do INPE diante das estúpidas interpelações do obtuso chefe do executivo.

Diante de tanta ignorância pergunta-se o que levou tantas pessoas a se identificarem com o projeto de asnice em contraposição ao conhecimento? O que as levaram a eleger um grupo de pessoas desqualificadas, atrasadas e ineptas para a direção do país? Provavelmente uma meia dúzia de motivos igualmente insanos, mas parece que mais uma vez o mantra do combate a corrupção funcionou como carro chefe da alienação. O Fantasma que assombra a Brasil de tempos em tempos.

A despeito da “corrupção” ser vendida como responsável pela totalidade das mazelas nacionais, ela representa apenas 2,3% do PIB, mas esse dado é muito bem escondido e, como quase ninguém quer ler e se informar em fontes críveis, o que disserem que é, ganha imediatamente status de verdade. Isso por si só fortalece a tática de promover a indignação popular com o “velho fantasma da corrupção” quando convém e a proliferação das fake news e conseqüentes “viradas de mesa”, golpes... etc.

Como indagou o sociólogo Jessé de Souza “Como se Imbecilizou o povo a ponto de levá-lo a pensar que o problema do país é a corrupção política? Como se retira o poder de reflexão do povo inteiro a esse ponto? O alfa e o ômega da história brasileira é criminalizar a soberania popular e os pobres e ter o Estado para os ricos, roubar com isenções fiscais, não pagar imposto. Trata-se de uma conjuntura bastante difícil para o país, que vê dominado por um sistema racista de uma elite cínica, que manipula a classe média com uma falsa narrativa anticorrupção e, na verdade, usa o Estado em benefício de uma minoria desde sempre.

O fato é que a corrupção tem sido usada desde sempre para mobilizar as massas e os alienados com propósitos eleitoreiros e retomada do poder, porque de fato a posição do Brasil no ranking da percepção da corrupção mundial nunca alterou muito significativamente, na linha do tempo, ou seja, independente do governo, partido ou ideologia, a corrupção permanece mais ou menos no mesmo patamar, porque as causas e seu enraizamento na cultura, são muito mais complexos e difíceis de lidar e erradicar do que sugerem os discursos demagógicos caça-votos.

Porém, sempre que necessário, esse mote é utilizado com sucesso pela direita para desviar os sentidos daquilo que realmente importa, que é a redução das desigualdades com desenvolvimento econômico tentadas por governos populares.

Em 1954 criaram o “mar de lama” para designar a corrupção do governo Getúlio Vargas. Jânio Quadros também recorreu à corrupção quando fez sua meteórica carreira, tendo como símbolo uma vassoura, com a qual iria varrer a corrupção. Em 1964 o golpe teve como um dos motores o combate a “corrupção e aos esquerdistas, subversivos e comunistas”. Depois tivemos Fernando Collor que se elegeu como caçador de marajás, demonizando o governo anterior (Sarney) que seria o mais corrupto da galáxia segundo ele.
Enfim é uma narrativa que tem sido vitoriosa apesar de ser um engodo. Esta retórica funciona bem porque existe uma massa de ignorantes muito grande que desconhece a história e trata a política como loteria e/ou entretenimento e, como disse Edmund Burke, “Um povo que não conhece a própria história está condenado a repeti-la.”

A retórica utilizada com sucesso para provocar indignação e atingir e derrubar governos populares que tentaram tirar o país do calabouço da subserviência e ser mero produtor de matérias primas para as nações desenvolvidas, desta vez jogou o país nas mãos de um “desgraçado” e seu séquito de idiotas que estão destruindo tudo o que encontram pela frente, tal e qual os talibãs destruíram estátuas milenares (patrimônio da humanidade), porque não entendiam do que se tratava e se sentiam ameaçados pela simbologia em sua imensa burrice.

Este infeliz, seus cúmplices e apoiadores são os talibãs tupiniquins de agora. Por rancor e ignorância estão desmontando a estrutura educacional e cultural que levou décadas para ser construídos e destruindo todo o estado de bem estar social implementado a partir da constituição de 1988.
Estimulando toda sorte de desgraças, incentivaram o desmatamento e o garimpo na Amazônia, extinguiram conselhos civis e brandindo o fantasma do esquerdismo, seguem corroendo tudo que não compreendem ou julgam desimportante na maquina governamental. Até medidas protetivas erigidas em governos conservadores anteriores ao PT estão sendo trucidadas.

Recentemente o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), divulgou uma pesquisa mostrando que os brasileiros confiam mais em líderes religiosos do que em cientistas. Até 2015 data da última pesquisa a ciência gozava de melhor reputação e a religião mantinha a sua. A construção de uma imagem negativa da ciência, foi incentivada pela ascensão de representantes da extrema-direita, conforme se vê nos constantes embates obscurantistas deste governo, com Jesus na goiabeira, etc.

Pode ser que até consigam algum fôlego econômico com o dinheiro da tunga da previdência e outras por vir, mas o Brasil levará anos para reconstruir e se recuperar desse obscurantismo em que mergulhou por escolha própria, mas nunca antes um governo foi tão capacho, destrutivo e ignorante quanto esse. Todo dia agora é dia de vergonha e ignomínia. O mundo está boquiaberto diante do que está acontecendo e pasmo ao ver o Brasil se distanciar da ciência e do conhecimento e se perfilar ao lado de Paquistão, Arábia Saudita e votar semelhantemente aos Duterte, Arif Alvi, Erdogan da vida.

O mais curioso deste momento, porém, é a subversão dos métodos informativos e estratégia de marketing que consegue o impensável, como transformar mentiras em verdades e direcionar de uma maneira assombrosa, seus seguidores a bovinamente acreditarem em tudo que propagam. Durante a eleição nocautearam os adversários ao transformarem a verdade factual em algo obsoleto!

Repentinamente a verdade passou a ser aquilo que é propagado não mais pelo jornalismo tradicional, mas pelo whatsApp e outras redes. Assim não importa mais o quão absurdo, fantasioso ou estapafúrdia seja a mensagem, ela cola! Conseguiram difamar as universidades, a classe artística, os conselhos, INPE, INEP, ENEM, IBAMA, ANCINE e tudo o mais que se interponha em seu caminho de burrice ou sirva ao seu propósito de criar factóides. Todo o falsiê veiculado no whatsApp se tornou verdade no país do pouco apreço pela leitura e desenvolvimento do senso crítico.

Deste ponto de vista os estrategistas de marketing inovaram, saíram na frente em mobilizar diariamente seu público ainda que ludibriando-os, mantendo mais ou menos o mesmo índice de apoio e lograram êxito em conseguir que até os pobres sacrificassem a própria aposentadoria, o que convenhamos, foi um grande feito só comparável à venda do Partido dos Trabalhadores como o mais corrupto da história, apesar deste ocupar o modesto 9º lugar no ranking. Bem atrás do PP (partido do atual presidente antes de sua eleição), que ocupa o 3 º lugar na lista dos mais corruptos.

É a nova era chegando onde a verdade como conhecemos não vale mais. Agora o que conta é a mensagem que for melhor embalada e vendida para cada público específico. (vide o sucesso da mamadeira de piroca e similares).

Assim, a questão que se coloca acima de tudo agora é; Como enfrentar essa manipulação da linguagem e propagação de “(in)verdades” ? Sem esta resposta, vamos continuar perdendo a floresta, o ar, os corações e a vida... pois, todo regime autoritário se preocupa muito com a linguagem e a comunicação de sua mensagem. E os autoritários não ficam apenas focados em só desmoralizar a divergência: costumam também submeter a língua a uma torção que reinventa o sentido das palavras e fatos.

Quando adolescente li Admirável mundo novo com estupor, fascínio e medo, mas nunca imaginei que a ficção que se passa no ano de 2540, fosse flertar tão rápido com a realidade
Como esquecer o duplipensar:
Ignorância é Força;
Guerra é Paz;
Liberdade é Escravidão

terça-feira, 10 de setembro de 2019

o problema


 "O nosso problema é que uma minoria que ganha 500 mil por mês conseguiu convencer os grupos que ganham 50 mil por mês de que o problema do país, são as pessoas que ganham mil reais por mês". (Prof. Ladislau Dowbor).
...e algum gaiato completou dizendo que convenceram também os que ganham mil a pensarem como os que ganham 50 mil rs!

e eu humildemente lembraria que Marx lá atrás sobre a consciência de classe já ensinava que a consciência dominante será a da classe dominante economicamente pois a classe que domina a superestrutura econômica, política e midiático-ideológica, faz com que a dominação que ela exerce, não seja percebida como tal pelos dominados que passam a assumir como seu, o discurso dominante de que a desigualdade social seria algo natural... e eterniza uma espécie de falsa consciência de classe que é o que estamos vendo agora como por exemplo recentemente vimos pobres e remediados, adotando posições suicidas de apoiar “reformas boçalnaristas” contra si próprios e reverberando o discurso de quem ganha 500 mil.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Desalento


Uma Amiga me perguntou esta semana porque quase não estava falando de política ultimamente e eu na hora não sabia porquê exatamente. Os dias foram passando e fui percebendo que falar sobre o boçalnaro tem me causado estupor...
O boçalnarismo faz tempo não se situa mais no campo da política nem da mínima racionalidade. Tornou-se uma seita! Um bando de fanáticos que se julgam perseguidos pelo mundo todo, mas tem um “enviado” dos céus que é o “mito” que consegue ser mais estúpido que eles.

O boçalnarismo virou uma nova religião e com cegos-fanáticos é impossível dialogar.

É preciso desenvolver novas forma de combate porque o fanatismo religioso está com a caneta presidencial na mão e é perigoso justamente pela capacidade de cooptação.

A aparente entropia boçalnarista é paradoxal porque é reversível

Ficar estupefato e dando combate e/ou trela para eles nas redes não é produtivo porque são obtusos fanáticos e eventualmente cegos pelo ódio emburrecedor. A saída, suspeito, será tocar a vida apesar deles. Eles não suportam ver ninguém bem, harmonizado, equilibrado, solidário e positivo. Isso é kriptonita para o fanatismo religioso boçalnarista que se alimenta apenas do rancor, da destruição revanchista e do ódio.
Não é fechar os olhos nem deixar escapar oportunidades de virar, mas precisamos descansar um pouco e sempre lembrar que o objetivo não é a guerra, mas a vitória.

Poesia, alegria, amor e muito riso neles e deles porque é até inevitável

sábado, 17 de agosto de 2019

Os Onze


“Toffoli descreveu um cenário sombrio”, escrevem os autores Felipe Recondo e Luiz Weber, ambos jornalistas. “Lembrou que o então comandante do Exército, general (Eduardo) Villas Bôas, tinha 300 mil homens armados que majoritariamente apoiavam a candidatura de Jair Bolsonaro.”
O relato do livro é outro tijolinho em um enredo que um dia a História com letra maiúscula contará sobre o Brasil e eleição de 2018. Sobram pistas de que as Forças Armadas deram um “golpe branco” pró-Bolsonaro, emparedaram o STF para impedir a soltura e a candidatura de Lula, algo até hoje a desanimar muito lulista quanto à libertação dele, e não aceitavam a volta do PT ao poder."
https://veja.abril.com.br/politica/livro-os-onze-devassa-a-intimidade-do-stf/?fbclid=IwAR0obobfKM7B02EgGlmT4umg9tU5ReqzNQlNi1A93FO7AlflyqSaoSZw1sg

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Religiões

Ah, as religiões... Que fofas, né!?

Deve-se respeitar quem precisa delas, ponto.
Agora é necessário cerrar fileiras contra toda e qualquer iniciativa delas se imiscuírem no estado. Quaisquer delas apesar de somente dois grupos terem essa pretensão constantemente por aqui.
O Laicismo é um dos pilares principais do estado secular e da democracia.
Devemos defender a democracia e seus valores urgentemente das tentativas de seqüestro do estado pela religião. Já faz tempo que assistimos as tentativas de captura do estado por grupos religiosos que agora estão mais assanhados do que nunca, encorajados pela hipocrisia boçalnarista e seus fanáticos. Basta!