quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Futuro do Brasil parece brilhante"

Do estadão
Edmund Phelps esteve ontem em São Paulo para participar do 2º Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade. Ele é professor de política econômica da Universidade Columbia, de Nova York, e ganhou o Nobel em 2006 por seus trabalhos sobre a relação entre desemprego e inflação.
Para Phelps, a China deve liderar essa retomada global, mas ele se mostrou bastante confiante em relação ao Brasil, que, segundo ele, deve estar também entre os primeiros a sair da crise e para o qual prevê um "futuro brilhante" ...(continua)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A compaixão seletiva


Nestes últimos dias as TV's tem mostrado continuamente o estrago das enchentes em regiões pouco prósperas em alguns estados do Nordeste com direito a lágrimas e desgraças a perder de vista; cidades cobertas pela água, vilarejos isolados, milhares de desabrigados, escolas e hospitais paralisados, famílias que perderam tudo...
Mas o que não se vê mesmo, é um pingo de comoção ou mobilização, como houve por ocasião das enchentes em Santa Catarina. Será que nas tragédias nacionais, os nordestinos por serem mais freqüentemente atingidos não despertam mais compaixão ou haveriam ainda outras razões?

Atualização

11/05/2009 - 14h14

Chuvas no Norte e Nordeste já fazem o dobro de desabrigados e desalojados do desastre de SC

segunda-feira, 4 de maio de 2009

20 anos sem Raul - Virada cultural 2009

Uma coisa um pouco misteriosa é a Raulmania que cada vez mais parece se fortalecer apesar das duas décadas da morte do Raul. Estas últimas 36 horas estive imerso na onda que tomou conta da rua onde moro. Tudo começou com os preparativos e a montagem do palco e telão da virada cultural que viria homenagear os “20 anos sem Raul” bem embaixo da janela do meu quarto. Daí para frente sobreveio surpresas várias: Quando contei setenta banheiros químicos aqui da minha sacada e comentei com uma amiga; Que exagero! Está certo que o Raul tem muitos fãs, mas acho que numa avenida larga assim a multidão não chegará nem até o telão. Bem só posso dizer que quando voltei, ou melhor, tentei voltar pra casa após o périplo da virada e assistir alguns espetáculos, o que vi foi de arrepiar: A av. Casper Líbero estava tomada por uma massa compacta da luz até a rua Washington Luis. Simplesmente inacreditável. Levei uns vinte minutos nadando contra a massa eufórica até atingir meu prédio e quando entrei em casa tudo tremia e olhando para baixo vi um mar de gente, milhares cantavam todas as músicas com cada uma das 20 bandas que se revezavam no palco cantando Raul. Claro que não preguei os olhos nas 20 horas seguintes, pois mesmo fechando todas as portas e me refugiando nos fundos, o prédio inteiro tremia e reverberava os graves do potente píer a poucos metros. Mesmo gostando do Raul eu não tinha planejado ouvir todos os hits repetidos de hora em hora por diferentes bandas ad nauseam e assim pela manhã, investi novamente contra a multidão e clones do Raul que jaziam bêbados nas calçadas em meio a montanhas de detritos, latas de cerveja e garrafas de vinho ordinário, e outras preciosidades disputadas por catadores, enquanto pela milésima vez alguém no palco martelava: “... Viva, viva viva a sociedade alternativa” e fui variar um pouco com o Zeca Baleiro no Palco da São João. Ao voltar, para meu desespero e surpresa, reencontrei a platéia renovada e esgoelando o mantra: Toca Rauuuul!!! e os vencidos pelo vinho “puro sangue” eram alojados na ilha pelos mais sãos e todos entoavam mais um hino agora puxado pelo Marcelo Nova. Aqui da sacada do meu ex-quarto fiquei pensando porque será que, estas milhares de pessoas que não tinham nem 10 anos de idade quando o Raul morreu sabiam todas as letras e cultuavam o ídolo com tamanha dedicação que incluía faixas, bandeiras, e o visual Raul com direito a barba, óculos e claro muito álcool? Qual é o cimento que une gerações? O que os faz vir de vários cantos da cidade e do país para as 24 horas de Raul ? As letras, a mensagem do Raul ... arrisquei enquanto o prédio trepidava feito uma maria mole. Lá fora o vozerio uníssono não me deixaria enganar. Minha amiga Juliana Cupini que fotografou tudo postou algumas fotos aqui.