sábado, 11 de abril de 2009

Adriano, o craque

Ao mandar tudo às favas, “o imperador” Adriano talvez sem saber, revelou aos mais atentos, a dimensão humana esquecida nesses tempos em que a hipercompetição provocou as neuroses do trabalho, a competição feroz e a simbologia do que é ter sucesso, atualmente reduzida a ter dinheiro apenas. O craque de renome internacional e um dos melhores atacantes do mundo, manda parar tudo e diz: Quero descer, voltar para a favela e conviver com meus amigos, família, fazer coisas triviais, ser feliz enfim.
Ao chutar o balde do sucesso, Adriano atrai a ira dos profissionais do sucesso, porque a questão de fundo é que Adriano expõe a todos, as neuras nossas de cada dia. Os suicídios diários engolindo sapos... Ao final, invejam ou invejamos todos viceralmente a coragem do atacante de ousar, buscar autentica e legítimamente seu bem estar e suas raizes o que está sendo interpretado pelo sistema, como uma ameaça.
A mídia em geral oscila entre diagnosticar doença psíquica, condenar, crucificar e caluniar o cara que mandou a inter de Milão, a seleção brasileira, dinheiro, seu futuro, o sistema enfim, às favas. Mas piração, é o modo de vida workaholic, que implica em contínua servidão, dia e noite sem tempo para reflexão, para curtir os amigos, a família, natureza etc. Estes passam a vida em desabalada carreira rumo ao tal "sucesso" e vivem como morto-vivos no ciclo de sugar, retro-alimentar e defender um modelo massacrante por preguiça de pensar e falta de coragem para mudar.
Adriano é são e por isso mesmo um (“mau?”) exemplo a ser combatido. Ora essa, onde já se viu? O sujeito troca a glória e o glamour de Milão pela favela onde nasceu? E que conversa é essa de procurar alegria?
Boa sorte e vida longa ao Adriano o anti-herói do sucesso.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O Leitor


Com algum atraso assiti hoje,
“O leitor” que é um baita filme. Basicamente o diretor Stephen Daldry faz refletir sobre os estranhos e complexos conceitos de moralidade e romance ao nos conduzir por um caminho tortuoso de medos e segredos escondidos pelo tempo. Um filme perturbador com uma ótima ambientação e atuações explêndidas, principalmente da Kate Winslett e David Kross, tão apaixonados e apaixonantes. Recomendo demais da conta uai, como se diz aqui em Minas, sô. Stephen Daldry já tinha “As horas” na minha modesta lista e cravou agora o leitor, sem dúvida o melhor filme que vi este ano. Para ver o trailer clique aqui

domingo, 5 de abril de 2009

Revista Trip


Na Trip deste mês, o especial trata da relação dos Californianos com a cannabis em boa reportagem mostrando "a real" que contradiz toda a propaganda da prosaica "guerra às drogas" da era Bush. Na verdade o uso medicinal da Maconha já está estabelecido em 13 estados americanos em aparente conflito com as leis federais. Bom pelo menos lá não há policiais espancando usuários pobres e extorquindo os de classe média/alta quando flagrada com um beck como aqui. A Califórnia é o estado mais rico e poderoso dos USA e há muitas décadas influencia o mundo não só pela pujança, mas pela vanguardismo desde que há mais de 40 anos espalhou-se pelo mundo a idéia: "Se você de quiser mudar o mundo, venha para a Califórnia" que pelo jeito, continua mesmo atualíssimo.
Conheci por acaso dois dos centros citados na reportagem quando transportava pacientes que se tratavam lá e vi de perto os benefícios de quando cai o véu da hipocrisia e manipulação cuja finalidade precípua, é sempre manter a maior cota possível de "mercados negros" para viabilizar/camuflar economicamente interesses mais negros ainda. Não se trata aqui de fazer apologia mas de defender o direito inalienavel de escolha individual. Porque alguém pode se arrogar a escolher -pelos outros- por exemplo, que a planta tabaco pode ser inalada por qualquer pessoa e a beladona não pode?? Porquê? Que interesses se escondem por trás dessa estranha lógica? Como estava dizendo, a Trip presta bom serviço ao ajudar na desmistificação do tema em terra brasilis e proporcionar ao público uma alternativa aos tradicionais discursos preconceituosos ou contaminados pelos interesses do mercado negro. Para ler a trip deste mês clique aqui e se não conseguir, anotei também aqui.