quarta-feira, 22 de julho de 2015

O emburrecimento do Brasil


Comentario que fiz em relação ao imperdível texto do Regis Tadeu:  Até alguns anos atrás, logo após a redemocratização a gente costumava acreditar que em 30 anos o Brasil seria transformado como aconteceu com a Coreia, mas passados os 30 anos, nada aconteceu e em certos aspectos regredimos: Hoje o Brasil apesar de continuar a ser a 7ª economia mundial, está mergulhado na obscuridade mental e imerso no ódio estúpido, na breguice, na sexualização precoce, no assassinato sistemático dos LGBT´s, na música lixo e segue a lista... 
A classe dirigente, (que é a elite do país e mais classe merda) que deveria impulsionar o desenvolvimento é ainda em sua grande maioria atrasada/colonialista e emperra e/ou sabota qualquer tentativa de redução da desigualdade e/ou avanços tendo como arma a grande mídia familiar/hegemônica e a religiosidade. Então quando surge uma fagulha, um alento de sobriedade como a tentativa de implantar ciclovias, regulamentar a união de pessoas do mesmo sexo ou corredores exclusivos para transporte público, etc, o governante já é esculachado e xingado de comunista, gay, aborteiro, ladrão, etc... pois o que acham chique na Zoropa, combatem aqui porque tem ainda a mente de senhor de engenho... Afff!
Enquanto os vizinhos do Brasil já debatem soluções para temas espinhosos como o casamento gay, descriminalização de drogas, aborto, a tolerância, a boa convivência entre os contrários, etc., aqui estamos na contramão do mundo enaltecendo o extermínio dos “maconheiros, veados, aborteiros, comunistas, mendigos, índios, menores”... etc., por trás do discurso-disfarce idiotizante e religioso de defesa dos “valores” e da família tradicional com o apoio das bancadas do boi, da bala e da bíblia que juntas dão o tom retrógrado. Emoldurando este quadro séptico, temos som desse sertanojo que infesta cada fresta desse Brasil, tipo Luan Santana, “barabará bereberê”, "tche tche rerê tetê" e segue ladeira abaixo com a redução da maioridade penal, as tentativas de derrubar da presidente eleita e o discurso pseudo-moralizante para manter o país na idade média e os pobres longe dos aeroportos e shopping Centers.
Então a música de certo modo apenas reflete esse momento sinistro, reacionário, obtuso e até de desumanização do povo brasileiro pelo emburrecimento geral. O Brasil ficou mais Luan Santana e menos Caetano. Esta é atriste verdade. Na minha percepção, além do emburrecimento e da vulgarização, estamos ficando também mais violentos e trocando a compaixão pela indiferença.
Não acho que vamos desenvolver e nem melhorar em mais 30 ou 50 anos. O País não é pequeno como a coreia ou Cingapura e as complexidades são tantas... e então quando vemos um congresso tão medíocre como o atual cujo presidente se esmera em criar o dia do “orgulho hétero”, dá vontade de mudar para Benin.
Como disse Tom Jobim certa vez, “o Brasil não é para iniciantes