Fiquei fora do ar nos últimos trinta dias e nem bem cheguei de um périplo por cidades medias, pequenas e lugarejos diversos e já me deparei com um destaque em um portal dizendo que 57% da população de São Paulo abandonaria a cidade se pudesse. Pasmado fiquei porque como sempre digo, São Paulo é a cidade mais "cool" do país e esse sonho idílico de viver em lugares pequenos me parece que é coisa de quem não aproveita o que de melhor a cidade oferece e nesse caso tanto faz viver aqui ou em cafundó que dá na mesma.
Apesar dos resultados devastadores para os gestores atuais, antigos e nós habitantes, ainda faço parte dos 43% que querem permanecer em Sampa.
Isso me lembrou que certa vez fui para uma casa de veraneio belíssima em Maramduba e tinha lá em uma parte da casa uma geladeira dos anos cinqüenta em bom estado e eu maravilhado derramei elogios quando então o meu amigo dono da casa disse assim: Sabe por que você gosta tanto da minha geladeira? PORQUE VOCÊ NÃO TEM UMA! e desatamos a rir... Acho que a maior parte das pessoas que sonham com o interior é porque nunca viveram lá.
Bem, então fui atrás da pesquisa completa e encontrei uma vastidão de ricos detalhes que mostram também outros aspectos (todos omitidos no artigo). A pesquisa é um trabalho inédito, no Brasil e no mundo, sobre algo que muitos consideram ser subjetivo:
O bem-estar. Realizado pelo ONG
Nossa São Paulo e lançado hoje; o IRBEM - Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município é muito interessante e vale à pena dar uma espiada.
Com base em itens referentes à qualidade de vida sugerida por quase 40 mil pessoas, os entrevistados fizeram um diagnóstico da relação que estabelecem com São Paulo. No geral, em uma escala de 1 a 10, os paulistanos deram, em média, a nota 4,8 para avaliar o grau de satisfação com a capital. Dos 174 temas sondados, apenas 39 tiveram "nota azul".
Para Oded Grajew, membro da secretaria executiva da entidade e um dos responsáveis pelo trabalho, o quadro é alarmante - e totalmente previsível. "A maioria dos nossos governantes é representante de seus financiadores de campanha, que normalmente são grupos ligados à especulação imobiliária, que fazem a cidade crescer sem organização...". Para ver a pesquisa sumarizada,
clique aqui e completa,
aqui.