segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pat Metheny no Ibirapuera

Vá lá que o Pat Metheny não seja um cara que se preocupa em agradar o público, mas também não precisava exagerar, porque ontem em apresentação no parque Ibirapuera ele ficou no palco com seu novo grupo Unit Band por quase duas horas e não tocou nem um mísero acorde de trabalhos anteriores que nos embalava nos anos 80/90...  Limitou-se à setlist de sua última turnê, sem fazer nenhuma concessão ao público ansioso para ouvir Last train home, American garage,  Airstream...   NADA!  Claro que ele continua virtuoso, criativo, denso e incrivelmente técnico, afinal é um dos poucos músicos que alcançaram a marca de 20 prêmios Grammy na carreira, porém não precisava ficar assim tão “autista” em relação aos fãs, penso eu. Sei lá!?  Pode ser só nostalgia mas senti falta do Lyle Mays na banda. Ele esbanjou técnica, ousadia e interplays na performance, mas chegou ao fim sem emocionar o público que foi embora  com aquela sensação de incompletude, sabe?  Algo como ir a um show do Roberto Carlos ou Ozzy Osbourne e não ouvir nenhuma música conhecida.
O repertório escolhido funciona maravilhosamente num anfiteatro onde toda a virtuose pode ser visualizada/acompanhada de perto mas, no parque com milhares de pessoas, o ambiente dispersivo não favoreceu e é alí que encaixaria bem uns “sons” mais sincopados-amigáveis...
Na saída, encontrei tantos amigos e músicos conhecidos que externaram a mesma sensação, ou seja, embora a apresentação tenha sido impecável, não emocionou!  E ficamos ali na marquise entre goles, conjecturando, que mal faria temperar o espetáculo com umas três músicas do inesquecível Pat Metheny Group !?