quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Barão nas Árvores

Curioso quando alguém te liga para dizer que você precisa ler este ou aquele livro ou ver tal filme. Pareceu-me urgente quando meu irmão prescreveu-me O Barão nas Árvores de Ítalo Calvino e até me deu o livro. Lembro que ele sorriu quando me recomendou. Só quando estava lendo é que comecei a rir também enquanto lembrava da cara dele quando falou: Você precisa ler este livro!
O Barão nas árvores é um livro sensacional e bem humorado que aborda inúmeras faces da aventura de viver, especialmente a solidão necessária, os entrechoques familiares, a efemeridade do amor romântico e a problemática das relações humanas, sobretudo quando a nova geração tenta posicionar-se com suas verdades e a contemporaneidade não é compreendida nos termos em que se propõe.
O livro é desenvolvido a partir de um núcleo comum, mas a narrativa multiplica-se partindo de elementos com múltiplos significados e temas que dependem um do outro e, a despeito do peso de cada um desses aspectos, este romance é de uma leveza e humor raros. A história apresenta o comportamento de uma família da Idade Média, ressaltando as dificuldades de comunicação oriundas de uma rígida disciplina, o que implica uma vigilância constante e que, sendo tradicional, obedece rigorosamente à hierarquia familiar, isto é, a parte da figura mais austera, a do pai; O Barão de Rondó. Então, o filho primogênito do Barão, Cosme, a certa altura rebela-se, e como é um ser humano dotado de extraordinária obstinação passa a viver sob as árvores de sua terra, a Penúmbria, e mais não posso dizer para não comprometer o prazer de quem desejar ler. Eu recomendo.
Todos nós primogênitos, somos um pouco cobaias e exigidos um pouco além, no processo de aprendizado dos pais em serem pais e nós em sermos filhos e esta singularidade nos aproxima e, ao menos comigo aconteceu grande identificação com -Cosme-, o personagem central, e quando virei a última página fiquei querendo que o livro não terminasse e que a viagem prosseguisse nas árvores da Penumbria...

“Que Cosme era louco, em Penumbria sempre se disse, desde quando, aos doze anos, subira nas árvores recusando-se a descer. [...] O Barão enlouqueceu!”, e os bem pensantes acrescentavam: Como pôde enlouquecer alguém que sempre foi louco?” (pg.209).

Maria Inês Nassif

Delatar é um ato não raro possuído por uma exuberante certeza - e desejo - de poder sobre a vida dos outros. A delação encontra trânsito e é incentivada pelo Estado policial (ou com vocação policial) e exerce o papel de controle do cidadão sobre o cidadão, no pressuposto de que cada indivíduo é potencialmente um fiscal, um agente do Estado capaz de apontar os pretensos inimigos da “ordem”; e cada indivíduo é pontencialmente um criminoso ...(continua)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O fator Marina Silva

Sei não. Esta conversa da Senadora Marina Silva deixar o PT para se candidatar à Presidência pelo PV não me entusiasma muito por duas razões: Primeiro porque apesar de gostar imensamente dela eu tenho um pé atrás com seu fundamentalismo religioso. Segundo porque ela concorrendo, pode desidratar a candidatura da Dilma, beneficiando a neo-direita representada por Serra com o apoio maciço da mídia se bem que, favoreceria por outro lado, o renascimento do Ciro Gomes. Sabe-se lá o que aconteceria com tantos candidatos! Com um cenário desses é muito provável que a coisa embole e só se defina no 2º turno. Esperar para ver se Marina de fato vai encarar. A conferir