quarta-feira, 17 de março de 2010

Ciro: Aécio salvou o mandato de Lula.

Maria Inês Nassif

Do Valor Econômico

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), teve um papel fundamental no desmonte de uma “articulação golpista” em 2005 que, por meio da CPI dos Correios que investigava denúncias do mensalão, pretendia levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao impeachment. É o que revela, em entrevista ao Valor, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Aécio mandava um avião buscar Ciro, então ministro da Integração Nacional de Lula, e os então deputados Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Eduardo Paes (PSDB-RJ), integrantes da CPI. “Íamos para o hangar lá em Belo Horizonte e brigávamos muito, mas chegávamos a um acordo que era avalizado pelo Aécio. Ele nos ajudou a salvar o mandato de Lula”, garante Ciro.
Candidato a presidente pelo PSB, Ciro não quer abrir mão da candidatura para preservar espaço para críticas ao segundo mandato do presidente petista, quando ocorreu uma erosão “dramática” das contas externas, afirma. “Esse debate foi abolido da cena política por oportunismo político-eleitoral, inclusive do Serra”, acusa.
Com discurso superlativo, aponta o dedo para “figuras tenebrosas” e “almas penadas” da política: são os mesmos a quem se aliou o presidente anterior, Fernando Henrique Cardoso. Cita os deputados do PMDB Eduardo Cunha (RJ), Michel Temer (SP) e Eliseu Padilha (RS), e o deputado Felipe Bornier, do PHS do Rio.
Ao ser perguntado das chances de desistir da candidatura à Presidência para disputar o governo de São Paulo, Ciro primeiro é enfático – é candidato a presidente, para ganhar ou perder – e depois faz a ressalva: só se for em torno de um projeto. O projeto de Brasil e a negociação entre as forças políticas contrárias ao “clientelismo” e ao “patrimonialismo” são a chave para entender as entrelinhas do deputado cearense ...(continua)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Estratégia Comercial Brasileira

Do Terra

Ao retaliar os Estados Unidos comercialmente, o Brasil transferiu a possibilidade de desgaste de imagem para os americanos. Esta é a opinião do professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Virgílio Arraes. Para o professor, a decisão brasileira de diversificar os produtos americanos que serão sobretaxados foi hábil e demonstra que o Brasil não tem interesse numa guerra comercial.
"Dispersar a retaliação por 20 setores mostra que o Brasil não está interessado única e exclusivamente na retaliação. Isso sinaliza para os outros países que não é o governo brasileiro que deve ter a imagem desgastada, mas sim o americano. Ao diversificar, a 'conta' fica baixa para os Estados Unidos, principalmente na propriedade intelectual. O governo americano ficará desgastado também internamente quando for cobrado pelos setores prejudicados, que podem exigir uma ...(continua)