quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Natal

Com a inauguração da árvore de natal do Ibirapuera, está instaurada oficialmente a temporada mais mentecapta do ano. O festival de sandices não tem fim e apesar de gostar do mês de Dezembro e das pessoas nascidas neste mês, tenho um trilhão de motivos para desejar seu fim; Para além do besteirol natalino e dos incautoS que apreciam esta festa brega, tem o insuportável ”amigo secreto” que é quando alguém jura que nunca mais entra na tal brincadeira, que vai romper com o consumismo e o caralho... Conversa fiada porque a essência do natal é o consumo, ora bolas. Então tem sempre pelo menos uma troca de presentes de amigo secreto cuja participação é irrecusável. Para piorar tem a cena clássica de alguém que quer transformar o ritual de troca de presentes em algo descontraído, o que só piora a cafonice com aqueles palpites sobre quem foi que fulaninho tirou... Afff!

E como diz um amigo, “...toda família que se preza tem pelo menos uma tia velha que, no auge da festa de Natal, cai em prantos, anuncia que morrerá em breve e estraga a ceia. A frase é um clássico: Eu quero dizer pra vocês que esse é meu último Natal; ano que vem eu não estou mais aqui ... No ano seguinte lá está ela, vivinha da silva, anunciando a morte próxima e preparada para, no fundo, enterrar a família inteira”

Lojas, shoppings e supermercados se transformam em filiais do inferno, com aquelas musiquetas deprimentes, crianças birrentas, Papai Noel com cara de que se pudesse evaporava e os casais decadentes trocando juras de amor prometendo a si mesmos um novo recomeço que não ultrapassa o réveillon (risos!)

Ir ao bar e/ou restaurante nosso de cada dia, nem pensar, pois é altíssimo o risco de dar de cara com uma festa do pessoal de alguma empresa com bebuns de primeira viagem que na segunda taça, já começam a chamar Jesus de Genésio, enquanto uma recatada funcionária surpreende a todos com a ameaça de um strip-tease, e os chorões te abraçam e fazem declarações de eterna amizade inundando tudo com uma chuva de saliva... agh!

E têm ainda as Renas os indefectíveis pinheiros artificiais ou naturais-decepados e aquelas bolas horrorosas sem falar da tal ceia que é uma mistureba de sabores como se comer bem fosse comer tudo que existe num mesmo dia e hora. Credo! Acho eu aliás, que no natal come-se a pior refeição do ano. E o que dizer do trânsito? Sem comentários.

À Jesus -que ninguém lembra, mas nasceu nesse dia-, peço que afaste de mim esse cálice!