Com a inauguração da árvore de natal do Ibirapuera, está instaurada oficialmente a temporada mais mentecapta do ano. O festival de sandices não tem fim e apesar de gostar do mês de Dezembro e das pessoas nascidas neste mês, tenho um trilhão de motivos para desejar seu fim; Para além do besteirol natalino e dos incautoS que apreciam esta festa brega, tem o insuportável ”amigo secreto” que é quando alguém jura que nunca mais entra na tal brincadeira, que vai romper com o consumismo e o caralho... Conversa fiada porque a essência do natal é o consumo, ora bolas. Então tem sempre pelo menos uma troca de presentes de amigo secreto cuja participação é irrecusável. Para piorar tem a cena clássica de alguém que quer transformar o ritual de troca de presentes em algo descontraído, o que só piora a cafonice com aqueles palpites sobre quem foi que fulaninho tirou... Afff!E como diz um amigo, “...toda família que se preza tem pelo menos uma tia velha que, no auge da festa de Natal, cai em prantos, anuncia que morrerá em breve e estraga a ceia. A frase é um clássico: Eu quero dizer pra vocês que esse é meu último Natal; ano que vem eu não estou mais aqui ... No ano seguinte lá está ela, vivinha da silva, anunciando a morte próxima e preparada para, no fundo, enterrar a família inteira”
Lojas, shoppings e supermercados se transformam em filiais do inferno, com aquelas musiquetas deprimentes, crianças birrentas, Papai Noel com cara de que se pudesse evaporava e os casais decadentes trocando juras de amor prometendo a si mesmos um novo recomeço que não ultrapassa o réveillon (risos!)
Ir ao bar e/ou restaurante nosso de cada dia, nem pensar, pois é altíssimo o risco de dar de cara com uma festa do pessoal de alguma empresa com bebuns de primeira viagem que na segunda taça, já começam a chamar Jesus de Genésio, enquanto uma recatada funcionária surpreende a todos com a ameaça de um strip-tease, e os chorões te abraçam e fazem declarações de eterna amizade inundando tudo com uma chuva de saliva... agh!
E têm ainda as Renas os indefectíveis pinheiros artificiais ou naturais-decepados e aquelas bolas horrorosas sem falar da tal ceia que é uma mistureba de sabores como se comer bem fosse comer tudo que existe num mesmo dia e hora. Credo! Acho eu aliás, que no natal come-se a pior refeição do ano. E o que dizer do trânsito? Sem comentários.
À Jesus -que ninguém lembra, mas nasceu nesse dia-, peço que afaste de mim esse cálice!

