Por estes dias, fiquei preso numa cidadezinha por questões supervenientes e recorrentes e aí me bateu aquela fissura de ir embora repentinamente que sempre me acomete e descobri que não havia mais nenhum meio de transporte naquele dia. Nessas horas, tenho a impressão que eu sou o único vivente com sentimento de urgência e necessitado de ir e vir – deve ser por isso que gosto tanto de São Paulo.
Irritado pelo vacilo de esquecer que não estava em São Paulo, propus a um habitante de lá – mediante a pagamento imediato –, que me levasse à rodovia federal mais próxima e me deixasse num posto de gasolina qualquer. Sem entender porquê alguém tem urgência, ele me levou por 80 km de buracos num calorão danado, numa calma infinita, até chegar à localidade de Bom Jesus, às margem da BR364. Foi então que me lembrei de ter viajado por ali de carona em 1979 aproximadamente.
Internamente ri de mim mesmo ao me ver ali sem o menor saco para pedir carona tanto tempo depois. Após algumas tentativas frustradas, avistei um ônibus gigante e enlameado que parou para abastecer e vi que o itinerário era Rio de Janeiro-Ariquemes. Pensei: putz... que tipo de maluco encara uma trajeto destes e porque diabos alguém iria do Rio pra Ariquemes? Este troço deve estar vazio, pensei! Procurei o motorista e disse que precisava sair dali e pagaria pelo próximo trecho fosse o que fosse. Ele me estudou de cima a baixo sem disfarçar e disse: - O carro está lotado! ...mas, o que você faz? De onde vem? Por que está aqui?
Após as explicações ele disse: vamo tomá um café e vê o que nois faiz! Após alguns instantes ele me disse que se eu quisesse poderia ir em pé na frente com ele conversando e teria que pagar por um trecho de 500 km mesmo descendo após 300. Topei na hora.
Foram 4 horas e meia. O cara dirigia com uma só mão a uma velocidade média de 110 km/h, fazia ultrapassagens impensáveis, me dava dicas de sobrevivência nas rodovias, berrava ao celular, ou contava suas estripulias sexuais como motorista de ônibus e, para meu desespero, procurava fotos comprobatórias/pornográficas no maldito celular, para me certificar e detalhar o evento, enquanto aquele ônibus desembestado chafurdava em buracos a uma velocidade suicida e eu pendurado no “puta que pariu” chacoalhando feito um chaveiro. Diante do meu olhar lívido ele me acalmou dizendo: Fica tranqüilo rapaz; eu dirijo neste mesmo trecho há 16 anos e fui até reconhecido pela empresa com o prêmio de melhor do ano três vezes. Não pude deixar de pensar naquelas 46 almas que dormiam atrás de mim além da minha própria, é claro. Então quando se aproximou do local aonde eu iria “apear” ele amistosamente me disse: - Quando te vi com essa mochila, eu sabia que você era uma desses “sombra e água fresca” que andam por aí, por isso te trouxe. Todo mundo que tem uma mochila assim e o pé limpinho, é gente boa. Olha faz o seguinte: Não precisa pagar não. Quando eu parar você me dá uns R$30,00 pro café e mais um cala-boca de R$10,00 para o fiscal. Feito! Já fora do ônibus aterrorizante, fiquei grato aos meus "pés limpinhos" que me salvaram. Eu também presto muita atenção aos pés, mas não exatamente pelo mesmo motivo que aquele motorista maluco.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Caso Cesare Battisti
Do Valor Econômico
Um bode expiatório conveniente à Itália
Maria Inês Nassif
22/01/2009
A história que resultou na condenação de Cesare Battisti à prisão perpétua pela justiça italiana em 1993 poderia ser o roteiro de um de seus romances policiais, se não tivesse transformado o próprio escritor num cavaleiro errante. Pelos fatos que levaram à sua condenação, o ministro da Justiça, Tarso Genro, certamente não cometeu nenhuma heresia ao conceder a Battisti o status de refugiado político ...(continua)
Um bode expiatório conveniente à Itália
Maria Inês Nassif
22/01/2009
A história que resultou na condenação de Cesare Battisti à prisão perpétua pela justiça italiana em 1993 poderia ser o roteiro de um de seus romances policiais, se não tivesse transformado o próprio escritor num cavaleiro errante. Pelos fatos que levaram à sua condenação, o ministro da Justiça, Tarso Genro, certamente não cometeu nenhuma heresia ao conceder a Battisti o status de refugiado político ...(continua)
domingo, 18 de janeiro de 2009
Obama, Lula e Sarkozy são modelos do século 21, diz especialista
Para o Professor da American University e consultor do centrista Brookings Institution, estamos vivenciado o estabelecimento de uma nova era, calcada na imagem dos presidentes de Brasil, França e EUA. "Prestando atenção no simbolismo político dos três estadistas, vê-se que o mundo democrático ...(continua)
Elton Jonh
Devo desculpas a uma amiga querida por reagir virulentamente a provocação de que " preferiria ir ao show do Elton Jonh do que ao Radiohead". Caí na provocação como uma patinho e perdendo a linha exlamei: Como pode pode preferir aquela bichinha gorda e decadente ao nosso Hiper-super-tudo Radiohead...??? Ainda por cima, acompanhado do diarréico James Blunt... Então estou aqui me penitenciando pelo chilique com o E. Jonh de quem eu gosto muito. Não o atual, burocrático..., mas aquele dos anos 70. Quanto ao J. Blunt eu mantenho o dito. O sujeito é tão meloso que só de ouvir aquela excrecência melódica "You Beatifull" você ja pode ter cáries. Vá de retro!
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