sábado, 6 de junho de 2009

Em São Francisco, mendigos surfam na Net.


Isso que é inclusão digital. Em São Francisco, segundo o The Wall Street Journal, os moradores de rua-homeless, estão conectados aproveitando as wi-fi espalhadas pela cidade. Assim, participam de foruns, trocam email com os amigos, possuem blogs, twiter e facebook. Porque não? Afinal são pessoas normais, mas que por razões variadas, não se adaptaram à sistemática laboral insana estabelecida pelo capitalismo. Ponto. As surreais fotos divulgadas pelo WSJ podem ser vistas no próprio site do jornal clicando aqui ou no album do blog aqui.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

David Carradine

David Carradine se foi sem maiores explicações!?
Ele era meu herói (kung fu) no início dos anos 70. A Televisão tinha chegado há pouco tempo em Jataí - GO e meus pais ainda não tinham adquirido uma, talvez receosos do impacto que poderia ter na nossa educação –penso eu. Mas minha tia na quadra de baixo, já tinha uma vistosa Colorado RQ preto e branco, e meu primo Tininho me convidava para ver Kung fu e meu pai depois de analisar o conteúdo e de muitas gestões da minha tia moderna, concedeu-me o previlégio -como ele dizia- e assim todas as quartas se bem me lembro, eu me deliciava com cada episódio e acho que por causa desse seriado e mais as sessões de bang-bang do sábado–premiere, meu pai acabou adquirindo uma Philco-ford 26" também preto e branco, que parecia um altar de madeira e placas aluminizadas e não podia ser ligada jamais aos domingos dia este, dedicado unicamente aos excruciantes estudos bíblicos e a aprender a fugir do pecado e das conseqüências infernais. Pecado terrível por exemplo (pensamentos impuros), era ver com rabo de olho, as "chacretes" rebolantes no domingo, quando íamos na casa da minha tia ou desejar a Dina Sfat em fogo sobre terra.(Ohhh!) Isso quando a TV funcionava antes das 17h00 hs, quando Oficialmente começavam as retransmissões e nenhuma torre repetidora caia com as fortes chuvas, etc, quando então ficávamos até 20 dias sem o único canal de TV(globo) e sem Kung-fu. Dai pra frente sempre vi tudo que David Carradine fazia. Gostava das feições plácidas dele que antecediam alguma surpresa tipo pancadaria ou lição de moral... Agora sem mais nem menos se foi mais um dos gigantes que povoou o imaginário de toda uma geração. Em Kill Bill esteve perfeito. Estava forte, rijo e ágil a despeito dos 70 anos e foi a última vez que o avistei. Que esteja feliz !

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O delírio das massas

Dia desses estava comentando no bar do Junior, que voltei a assistir futebol que vive uma fase "interessante" inclusive com a volta de alguns craques que estavam no futebol europeu, bla, bla,bla... Acho, se não me engano que era o dia em que o Sport disputava as oitavas (da libertadores) com o Palmeiras e eu torcendo pelo Sport que é um da meia dúzia de times (São Paulo, Santos, Internacional, Sport, Goiás e flamengo), que contam com minha gratuita e inútil simpatia.
Lá pelas tantas todos acusando a mim e o Junior de sermos desapaixonados São Paulinos pó-de-arroz no meio de palmeirenses e corintianos (agh!) e entre gargalhadas e tirações que compõem esse rito tribal, notei como algumas pessoas levam este comportamento às raias do paroxismo, pois, quase fui linchado quando disse que, não via razão para tanta devoção estúpida a um time e que, para mim se estão jogando, por exemplo, na Sul Americana dois times antipáticos como Palmeiras e Corinthians e restando qualquer deles representando o Brasil na competição contra qualquer time estrangeiro, a tendência que vejo como natural, é torcer por um dos times brasileiros (mesmo rivais internamente) e assim por diante. Fiquei falando sozinho porque ao que parece, pouco importa o jogo e sim o radicalismo infantilóide. Alías a maioria não distingue um volante de um zagueiro mas se põe a berrar tolices durante o jogo razão pela qual, gosto de assistir os jogos sozinho. Também não há como não admirar um time bem armado mesmo sendo adversário, porque o que importa no final das contas é o espetáculo do futebol com suas táticas, dribles e diatribes que fazem do futebol um esporte encantador e imprevisível. Assim causa-me estupor a idiotia das hordas de imbecís que se matam por uma grife do negócio; futebol. Vejam só o saldo do horrível jogo de ontem no Pacaembu. Um morto por espancamento, inúmeros feridos, cinco carros destruidos, três queimados e um ônibus atacado a bomba e incendiado além de dezenas de cretinos detidos numa delegacia da região, por causa de um joguinho medíocre e sem gols.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Falhas no A330 !?

Um artigo intrigante na Time hoje informa que os Airbus da serie 330, desde 2006 vêm apresentando um problema de conflito em softwares de controle/piloto automático, que colocam o avião em mergulho por “tilt” na interpretação de dados. Talvez isto ajude a entender o que aconteceu com A330 e também o ocorrido com um vôo da TAM dias atrás, que passou por uma estranha turbulência que feriu vários passageiros. Mas o mais estranho é esta noticia não ter merecido ainda maior destaque ou um posicionamento da Airbus a respeito. Para ler a matéria, clique aqui.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Obama chama Lula de político mais popular do mundo e diz que quer vê-lo no comando do Banco Mundial

Do El País
El presidente estadounidense, Barack Obama, está interesado en que el Banco Mundial, después de la crisis financiera actual, tenga una estructura más volcada en las políticas sociales y más preocupada por los países más pobres del planeta. Para ello, Obama habría propuesto al presidente brasileño, el ex metalúrgico, Luiz Inácio Lula da Silva, a quien define como "el político más popular del mundo" ...(continua)

Homenagem às vítimas do acidente com o airbus A330 da cia Air France - "A aeronave mais segura que existe para travessias oceânicas."

A cantora brasileira Juliana de Aquino (desconhecida em terra brasilis) desaparecida no trágico acidente com o Airbus A330 da Airfrance no vôo AF447.
If you Could

segunda-feira, 1 de junho de 2009

MARCELO GLEISER

Beleza e verdade

Einstein defendia o belo como critério de verdade em teorias científicas

Em 1819, o poeta inglês John Keats, um dos expoentes do movimento romântico, escreveu: "a verdade é bela e a beleza, verdade. Isso é tudo o que precisas saber em vida; tudo o que precisas saber". (Perdoem-me pela tradução amadora.)
Apesar das várias críticas argumentando que essas linhas são inocentes e que até estragam o poema (como escreveu T. S. Eliot, outro grande poeta), a fama delas ultrapassa os comentários negativos. Tanto que viraram até nome de livro, como no caso da recente obra do matemático Ian Stewart, onde ele conta a história da busca por simetria (que ele equaciona com beleza) na matemática e na física teórica.
Historicamente, a matemática é extremamente eficiente na descrição dos fenômenos naturais. O prêmio Nobel Eugene Wigner escreveu sobre a "surpreendente eficácia da matemática na formulação das leis da física, algo que nem compreendemos nem merecemos". Toquei outro dia na questão de a matemática ser uma descoberta ou uma invenção humana.
Aqueles que defendem que ela seja uma descoberta creem que existem verdades universais e inalteráveis, independentes da criatividade humana. Nossa pesquisa simplesmente desvenda as leis e teoremas que estão por aí, existindo em algum meta-espaço das ideias, como dizia já Platão.
Nesse caso, uma civilização alienígena descobriria a mesma matemática, mesmo se a representasse com símbolos distintos. Se a matemática for uma descoberta, todas as inteligências cósmicas (se existirem) vão obter os mesmos resultados. Assim, ela seria uma língua universal e única. Os que creem que a matemática é inventada, como eu, argumentam que nosso cérebro é produto de milhões de anos de evolução em circunstâncias bem particulares, que definiram o progresso da vida no nosso planeta.
Conexões entre a realidade que percebemos e abstrações geométricas e algébricas são resultado de como vemos e interpretamos o mundo.
Em outras palavras, a matemática humana é produto da nossa história evolutiva. Claro, civilizações que se desenvolverem em situações semelhantes (na superfície de um planeta rochoso com muita água e vegetação, sob um sol irradiando principalmente na porção visível do espectro eletromagnético etc.) poderão obter uma matemática semelhante: a matemática reflete as mentes que a criam.
Mas qual a relação da matemática com a beleza? Matemáticos e físicos atribuem beleza à teoremas e teorias, criando uma estética da "verdade". Os mais belos são aqueles que conseguem explicar muito com pouco.
Quando possível, os teoremas e teorias mais belos são também os mais simples; dadas duas ou mais explicações para o mesmo fenômeno, vence a mais simples. Esse critério é conhecido como a "lâmina de Ockham", atribuído a William de Ockham, um teólogo inglês do século 14.
Einstein, dentre outros, era um defensor da beleza como critério de verdade em teorias científicas: uma teoria tem que ser bela para estar correta. E, sem dúvida, muitas dela são, ao menos de acordo com critérios de elegância e simplicidade na matemática.
Para os que creem na matemática como linguagem universal, essa estética leva à existência de uma única verdade. Acho isso preocupante, pois me soa como ecos de um monoteísmo judaico-cristão, uma infiltração religiosa, mesmo que sutil e metafórica, nas ciências. Melhor é defender a matemática e a beleza como nossa invenção. Criamos uma linguagem para descrever o mundo, que não podemos deixar de achar bela.

Fonte:FSP