David Carradine se foi sem maiores explicações!?
Ele era meu herói (kung fu) no início dos anos 70. A Televisão tinha chegado há pouco tempo em Jataí - GO e meus pais ainda não tinham adquirido uma, talvez receosos do impacto que poderia ter na nossa educação –penso eu. Mas minha tia na quadra de baixo, já tinha uma vistosa Colorado RQ preto e branco, e meu primo Tininho me convidava para ver Kung fu e meu pai depois de analisar o conteúdo e de muitas gestões da minha tia moderna, concedeu-me o previlégio -como ele dizia- e assim todas as quartas se bem me lembro, eu me deliciava com cada episódio e acho que por causa desse seriado e mais as sessões de bang-bang do sábado–premiere, meu pai acabou adquirindo uma Philco-ford 26" também preto e branco, que parecia um altar de madeira e placas aluminizadas e não podia ser ligada jamais aos domingos dia este, dedicado unicamente aos excruciantes estudos bíblicos e a aprender a fugir do pecado e das conseqüências infernais. Pecado terrível por exemplo (pensamentos impuros), era ver com rabo de olho, as "chacretes" rebolantes no domingo, quando íamos na casa da minha tia ou desejar a Dina Sfat em fogo sobre terra.(Ohhh!) Isso quando a TV funcionava antes das 17h00 hs, quando Oficialmente começavam as retransmissões e nenhuma torre repetidora caia com as fortes chuvas, etc, quando então ficávamos até 20 dias sem o único canal de TV(globo) e sem Kung-fu. Dai pra frente sempre vi tudo que David Carradine fazia. Gostava das feições plácidas dele que antecediam alguma surpresa tipo pancadaria ou lição de moral... Agora sem mais nem menos se foi mais um dos gigantes que povoou o imaginário de toda uma geração. Em Kill Bill esteve perfeito. Estava forte, rijo e ágil a despeito dos 70 anos e foi a última vez que o avistei. Que esteja feliz !
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Um comentário:
Ri, imagino que o Kung Fu teve o mesmo papel em toda uma geração de "meninos" da sua idade e outros pouco mais velhos e mais novos. Tira-se o fevor religioso do teu pai a tentar lhe poupar do pecado via tv na altura, acho que um verdadeiro exército de meninos se sentavam à frente da ecran, como dizem os portugueses, para assistir o seriado. E não só. Também brincavam entre si imitando todos os golpes desferidos na tela com maestria pelo David Carradine. Além de assistir, os meninos também brincavam de ser seu super herói. Oh coisa boa, não? Agora, ele partir, assim, dessa forma tão abrupta e inegocíavel, é estranho. Deve ter deixado um buraco enorme nas pessoas pra quem ele importava além de movimentar sentimentos como este que movimentou em vc. Deixou saudades.
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