sábado, 4 de julho de 2009

Delara Darabi


Delara Darabi, uma garota de 23 anos que ficou mundialmente conhecida pelas dramáticas pinturas na sua cela numa prisão iraniana, foi súbita e inexplicavelmente enforcada nesta sexta feira, pois a justiça Iraniana havia suspendido sua execução por dois meses. A anistia internacional se diz perplexa e escandalizada com a barbárie, pois o julgamento foi mal conduzido e novas provas estavam sendo organizadas pelo seu advogado que sequer foi informado da sumária execução e que segundo ele provariam sua inocência da acusação de ter matado um homem.
Segundo a BBC na manhã de sexta-feira Darabi fez uma ligação telefônica desesperada para seus pais, dizendo que podia ver o carrasco por perto. "Mãe, eles vão me executar, por favor, me salve", disse ela, antes de um carcereiro tomar o telefone e afirmar: "Vamos executar sua filha e não há nada que vocês possam fazer sobre isso".
Hassiba Hadj Sahrahoi, sub-diretora da Anistia Internacional para o Oriente Médio e o Norte da África, disse que a execução rápida foi uma ação cínica para evitar protestos internacionais
Dese 1990 o Irã executou 42 pessoas que haviam cometido crimes antes dos 18 anos, em desacordo com as leis internacionais e o país já é o segundo no ranking de paises com maior número de execuções por ano (346 em 2008), sendo a China a lider inconteste (7003 no ano passado) nesta macabra competição.
Fontes: Anistia intenacional e BBC

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O apartheid nosso de cada dia...

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"Quem escreve um cartazete sugerindo que uma cerca de oitenta centímetros de altura, foi construida para proteger o acervo da pinacoteca dos sofisticados ladrões de obras de arte, desdenha da inteligência alheia"

É absolutamente incrível a compulsão das “otoridade” em geral de construírem muros, grades etc, como forma de racionalizar, melhorar e até de embelezar (na ótica deles, que fique bem claro), os poucos espaços públicos de São Paulo.
Esta visão canhestra e subjacente à mentalidade típica de centenas de apaniguados pendurados nas tetas dos governos, produziu agora mais uma de suas atrocidades higienistas, daquelas também típicas de políticos que querem intervir no centro da cidade, mas sempre do ponto de vista de quem vive no Jardim Paulistano. Vejam só: O café da Pinacoteca do Estado,
que dá para o belo jardim da luz, agora foi cercado com uma mureta de uns 80 centímetros de altura, assassinando completamente a atmosfera aprazível e a sensação de liberdade e largueza que antes existia quando interligava o jardim e a pinacoteca. O visitante ao terminar o périplo interno, tomava um café e podia prolongar o passeio no jardim entre as esculturas de Lasar Segall, Brecheret... e também os habitues do parque, tinham a opção de ao final do seu passeio diário, saborear um cappuccino ouvindo o burburinho dos pássaros nas frondosas figueiras ali em frente enquanto folheava o jornal. No entanto, repentinamente sob o risível pretexto; motivos de segurança do acervo, ergueu-se uma muretinha de vidro ali que, não servindo para barrar experimentados “mãos leves” de obras de arte, funciona bem como mais um apartheid separando os dois (tipos?) públicos. O café agora se assemelha a um curralzinho com a tal cerca, ali como um corpo estranho interrompendo o outrora bonito diálogo arquitetônico entre a pinacoteca e o Jardim. E Por quê? provavelmente porque os construtores de muros, acham que acima do conceito urbano-paisagista que valoriza a noção de conjunto e inteiração, deve se impor a fria racionalidade dos muros e grades que silenciosamente demarcam o lugar de cada um. É o triunfo da linguagem subliminar e funcional sufocando mais uma vez a Beleza. Incrédulo, ainda procurei um portãozinho, uma passagem que fosse para entrar e tomar meu café como sempre fazia, mas não, nada! O segurança me observando a tatear a ridícula cerquinha, exclamou: Moço, agora só por dentro do museu, viu? Enquanto isso, a Zarha latia ansiosa sem entender a razão da demora em achar nossa mesa e eu sem ter como explicar a ela essas idiossincrasias humanas, rumei para a padaria do café ralo, mas democrático, com aquela horrivel sensação de quem foi tungado.

Se você também acha que a mentalidade autoritária travestida de pretensa racionalidade administrativa de construir cercas, muros e grades pela cidade inteira, não seja a solução para todos os males, divulgue!

terça-feira, 30 de junho de 2009

PPS (o partido da Soninha)

Ricardo Kotscho

O governador José Serra saiu dos seus cuidados neste final de semana e compareceu ao 16º Congresso Estadual do PPS (antigo Partido Comunista Brasileiro, hoje linha auxiliar da aliança PSDB-DEM), em Jaguariúna, no interior de São Paulo, a 134 quilômetros da capital.
Foi e voltou de helicóptero e ficou lá apenas 45 minutos, o suficiente para atacar o governo federal e o PT:
“O PT usa o governo como se fosse propriedade privada. Quando o PT foi para o governo, incorporou esse patrimonialismo do partido. Em São Paulo, não existe esse loteamento governamental, ao contrário do federal”.
Não existe? Serra esqueceu-se que estava ao lado do presidente do PPS, Roberto Freire, suplente do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), atualmente ganhando a vida como membro de dois conselhos municipais em São Paulo, embora seja do Recife e more em Brasília ...(continua)