sexta-feira, 11 de julho de 2008

Preciso andar.

Aff ! Preciso de umas férias. Preciso andar. Vou espairecer um pouco na serra do mar e volto semana que vem.
Preciso andar - Cartola


Rush - Limelight

Supremo Tribunal.

Do blog do Azenha Vi o mundo

TENTE COMPRAR UM DELEGADO. O STF GARANTE


Atualizado em 10 de julho de 2008 às 12:27 | Publicado em 10 de julho de 2008 às 11:49

Deixa eu ver se entendi direito. Por favor, me corrijam se eu estiver enganado.
Um banqueiro tenta subornar um delegado federal. Com dinheiro vivo. É pego com a boca na botija.
A Justiça decreta a prisão do banqueiro. E de todos os que considera integrantes de uma quadrilha acusada de um golpe bilionário.
Porém, ninguém menos que o chefe da Justiça vai à televisão criticar os métodos da polícia e algumas horas depois manda soltar o banqueiro que tentara subornar o delegado alegando, o juiz supremo, que o banqueiro não oferece risco às investigações que ele, acusado, tentou desvirtuar através da oferta de suborno.
Enquanto isso, no Senado da República, senadores se reúnem para criticar... as algemas.
E numa emissora de televisão uma jornalista renomada, que não leu o conteúdo da denúncia, diz que as provas são "inconsistentes".
É isso mesmo, com essa cara de pau, ou estou enganado?
Busco refúgio no livro Poisoned Wells, do jornalista britânico Nicholas Shaxson, página 89, em que ele descreve a investigação da juíza-instrutora francesa Eva Joly sobre o desvio de dinheiro do petróleo do Gabão, na África, que lubrificou partidos políticos franceses. A elite eventualmente se organizou para abafar o caso e, no processo, tentou moer Eva, que nasceu na Dinamarca mas por méritos pessoais ascendeu ao mais alto escalão da Justiça francesa.
Lentamente, organizações da mídia e partes do público da França começaram a se voltar contra ela. 'Parte da imprensa virou. Ou foi virada. Afinal, Joly e seus colegas estavam acusando pessoas que tinham influência no mais alto escalão', relembra o escritor birtânico Tim King. 'A imprensa começou a atacar a aparência dela. As fotografias escolhidas para publicação agora mostravam uma mulher de meia-idade resmunguenta, cansada depois de 18 horas de trabalho. Ela passou a ser a ex-babá, a viking e a protestante. Um banqueiro investigado por ela zoou o sotaque e se negou a responder perguntas a não ser que fossem em francês adequado'. Ela estava imaginando tudo, alguns escreveram. Estava assistindo muitos filmes de Holywood. Estava bêbada pelo poder ou destratava autoridades. Ela foi acusada de ser trotskista e de ser agente da CIA tentando destruir os interesses da França no setor do petróleo. Foi definida como mulher manipuladora que queria se vingar de humilhações que sofrera no passado. Ou estava em busca de vingança contra o mundo dos negócios. Jornalistas obtinham informações sobre a investigação e os vazamentos eram atribuídos a ela.
Diante do que foi descrito acima, fico imaginando: qual o futuro dos delegados da PF que decidiram peitar os banqueiros?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Triste país

Às vezes eu fico estressado com o Brasil e suas idiossincrasias, injustiças e, hipocrisias; nessas últimas horas, pelo menos três episódios lamentáveis e revoltantes aconteceram:

1- A ligeireza do STF em julgar o habeas corpus para libertar bilionário acusado contumaz de dezenas de crimes financeiros, formação de quadrilha etc, quando milhares de cidadãos esperam anos e anos na longeva fila da justiça. E enquanto isso nos meios de comunicação, tome conversa mole sobre se a PF dá espetáculo ou não usando algema nos ricos... Só rindo mesmo! Ainda mais que diariamente pessoas comuns não só são algemadas, como espancadas e executadas sem que a mídia ou nenhuma "otoridade" manifeste tamanho incômodo sobre. Somos mesmo o país dos dois pesos e duas medidas.

2- Na esquina da Washington Luiz com Av. Cásper líbero havia nesta manhã um corpo de uma mulher moradora de rua aparentando 25 anos, estendido na rua. Morta -possivelmente-, a pauladas não pude saber o que de fato aconteceu pois ninguém sabe, ninguém viu. É como se nada tivesse acontecido.

3- A CCJC rejeitou o Projeto de Lei de 1991, que tratava da descriminalização do aborto. Rejeição essa, eivada de clivagens da hipocrisia típica de religiosos e/ou ignorantes com opinião formada sobre tudo (que não compreendem). Tanta ignorância, me faz ter vergonha de ser brasileiro. Ninguém está querendo promover o aborto. Apenas tratá-lo como problema de saúde publica como de fato o é. Sabe-se que para cada três nascimentos ocorre um aborto no Brasil. São 1,4 milhão por ano. E prender /processar/julgar/condenar e encarcerar um milhão e meio de mulheres todos os anos em situação abortiva, soa patético para dizer o mínimo. Porque não mudar se afinal, é para o hospital que elas irão no final das contas? E as milhares de mortes decorrentes do medo de procurar o hospital, que se poderia evitar? Quem liga para essas mulheres pobres que não podem pagar uma boa clínica ou dar uma chegadinha em Miami? Depois de 17 anos discutindo quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete, acharam por bem, deixar tudo como está. Por covardia ou tacanhez, saíram vitoriosos os religiosos e hipócritas. Derrota do país e do corajoso Ministro da Saúde. Embora o país seja laico..., ahã !? É a religião que ainda dita política de saúde pública entre outras.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Moradores de rua

Uma coisa que me impressiona sempre aqui no centro, é a quantidade de pessoas vivendo na Rua. É uma coisa absurda. Durante a noite no centro histórico eles aparecem às centenas para dormir. Parece um filme daqueles futuristas-catástróficos pós 3º guerra mundial...
Sempre que os vejo, fico pensativo sobre esse fenômeno. Noto que aconteceu um aumento brutal de uns 15 anos para cá. Quem serão essas pessoas e porque estão nessa condição?
Em Parceria com a UNESCO, o Ministério do Desenvolvimento Social realizou uma pesquisa em 23 capitais brasileiras e 48 cidades com mais de 300 mil habitantes. O resultado revela que a maioria dos moradores de rua tem algum parente na cidade em que vive, e que aproximadamente 30 mil deles são menores de Idade. As razões que levaram essas pessoas às ruas segundo elas mesmas foram o vício do álcool (droga legalizada) o desemprego, drogas e conflitos familiares. Do universo pesquisado, 72% afirmam trabalhar com coleta de materiais recicláveis e 16% pedem esmola. 90% não recebem nenhum atendimento do governo, 52% possuem algum parente na cidade onde vivem e 82% são homens. Se quiser saber mais sobre o que está sendo feito e mais números dessa pequisa, clique aqui.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Documentos bizarros e o design repolho

Precisei usar minha identidade, não achei. Depois encontrei duas (Detalhe, cada uma com um número diferente) numa pasta de documentos: Uma parecia um repolho assim desfolhando, ela já estava desfazendo então deve ter sido por essa razão, que havia outra que também já está meio caminho de ficar feiosa e repolhuda. Mas porque nenhuma estava na carteira ? Simplesmente essa identidade não cabe na carteira, a não ser que você use uma do tamanho de um tijolo. Foi aí que caiu a ficha, e eu me perguntei: Porque diabos nossos documentos ainda são feitos de papel? Então me lembrei de um amigo tailandês que morria de rir da minha identidade com aquela impressão digital uma foto gigante e seu formato bizarro. Como é que pode? E a carteira de motorista, que é outra piada. Feita de papel daquele tamanhão e dentro de um envelope de plástico ? Quem lucra com a manutenção desse estado de coisas ? Porque até hoje nossos documentos não são cartões como em todo o planeta (tipo aqueles cartões bancários de crédito etc...) com chip, tarja magnética, dispositivos de segurança e que não se desfazem, amassam, molham, evaporam nem derretem se você toma um chuva ou cai na piscina. Difícil compreender que a cada renovação a gente tenha que tocar piano, freqüentar filas e mais filas para pegar aqueles pedaços de papel, ridículos que ainda por cima não cabem na carteira... Porque a CNH e a identidade não são unificadas sob o mesmo número? Alguém tem alguma idéia ? São sintomas da mesma doença que acomete a burocracia estatal, cartórios, fóruns...? Será a mesma doença que faz uma simples ação de rito sumário, tramitar “ad infinirum” nos escaninhos do judiciário ? Alguém tem um palpite ?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Finadas…

Aqui em frente o meu prédio tinham três arvorezinhas que para mim eram o símbolo da resistência da natureza contra a urbanidade na maltratada São Paulo tão carente de verde. Sem cuidados e com as folhas cobertas de fuligem cinzenta teimavam em não morrer... Até que hoje a administração do edifício as decepou e atirou no meio da rua, na ilha. Fui procurar saber porque e fui informado de que decidiram assassinar as arvorezinhas para dar uma “mudada” e que estavam “atrapalhando” (não se sabe a quem). Indignado, ainda não sei que providência cabe nesse caso porque como morador acho que devia ter sido consultado, pois provavelmente, paguei por elas através do condomínio. Mas enfim, isso me fez lembrar recente artigo na Folha de São Paulo que constatou que a grande maioria dos paulistanos são a favor de preservar o meio ambiente, observar os sinais, respeitar a lei seca, não jogar lixo na rua, etc., mas..., “para os outros.” quando a chega a nossa vez de preservar o verde, respeitar os sinais e não dirigir embriagado, aí são outros quinhentos. É isso aí! Aqui estão 3 fotos das minhas amigas finadas arvorezinhas (estendidas no meio da rua) emblemas da falta de sensibilidade, e de como apreciamos que o meio ambiente seja preservado -"pelos outros"-, bem entendido. .

8º Panorama SESI de Dança

Está acontecendo o 8º Panorama SESI de Dança na Av. Paulista 1313, no centro cultural FIESP que vai até o dia 13. Os ingressos gratuitos devem ser retirados a partir do meio dia na bilheteria. Acabei de assistir o solo “na dobra do tempo” com a Lavinia Bizzotto que é uma uma bailarina Goiana, radicada no Rio e “3 tempos num quarto sem lembrança” (Juliana Moraes). Bom espetáculo, num lugar bacana, de fácil acesso e ainda com muitos ingressos gratuitos. Recomendo.

domingo, 6 de julho de 2008

Lei Seca (de racionalidade)

Essa lei chegou em boa hora. O que é muito chato é o escarcéu que os meios de comunicação fazem em torno dela. Já ouvi dizer que o índice permitido é de 0,6 gramas por litro de sangue e que isso equivale à ingestão de um simples bombom licorado, uma taça de vinho, um bife flambado ou um bochecho com listerine... É tanta coisa que dizem que, pode levar a pessoa para trás das grades, (com direito a “close” na TV), tanto sensacionalismo e terrorismo desnecessário, que até confunde. Por isso Investir em campanhas educacionais não seria má idéia.
Não sei por que reinventar a roda. Já existem nos países ditos desenvolvidos leis que funcionam bem e que poderiam ser pesquisadas e até imitadas. Por exemplo, nos EUA a coisa funciona mais ou menos assim: Se o motorista está dirigindo com os faróis apagados, em ziguezague, alta velocidade ou ainda qualquer outra irregularidade, ele é parado (com motivo, ao contrário daqui onde existem as desrespeitosas blitz com ou sem Tv’s... ) que vai multar ou advertir por aquela infração e é nesse momento, que o policial –treinado- vai detectar a necessidade de revistar o carro, verificar documentos, e usar o bafômetro. Caso a quantidade de álcool e/ou outros sintomas suscitar dúvidas quanto à capacidade de dirigir com segurança, o oficial pede ao motorista que olhe para a ponta do nariz, e depois que caminhe sobre uma risca de giz pisando com os dois pés sobre a mesma e repita determinadas frases ou perguntas. A partir disso o policial enquadra o caso e toma as providências que a lei determina. Não é apenas o bafômetro porque mesmo abaixo do índice de álcool permitido, o motorista pode ficar incapacitado. Técnicamente mais apurado e mais justo, utilizar critérios auxiliares. Já aqui, onde até vinte dias atrás dirigir bêbado e matar era considerado uma simples fatalidade, foi uma promulgada a chamada lei seca onde segundo as TV’s, duas tulipas de chope, podem levar a pessoa para a prisão, perda de Habilitação por 12 meses e multa de R$955,00, independente de estar embriagado ou não. E tome terrorismo nos telejornais, porque ser parado em blitz policiais é por si só uma experiência não raro, aterradora.
Eu mesmo fui parado recentemente por uma Blitz onde um brutamonte da policia militar ficou berrando a alguns metros de distância empunhando uma pistola parecida com a do exterminador do futuro e eu morrendo de medo “daquele agente da lei,” não conseguí achar os documentos do carro que não era meu. Daí que aos berros ele mandou seguir para a delegacia escoltado -por ele e sua pistola-canhão-, e prendeu o carro. Eu ainda tentei explicar que falta de documento não é motivo para apreensão do carro (sabia disso porque estava estudando a legislação para um concurso) e fui ignorado além de receber aquele olhar do tipo: “...porque você não disse isso lá naquela rua escura?" Na ocasião eu voltava de um jantar onde tinha bebido umas quatro taças de vinho e embora não estivesse embriagado, esse poderia ser o motivo para ele me multar, mas nem percebeu e o fez pela razão errada e ainda me abordou grosseiramente, com uma arma em punho o que devia ser o fim do mundo, mas não é. Assim, com policiais brucutus e ignorantes da legislação e agora fazendo blitz pela tal lei seca sob as câmeras de TV, caminhamos para mais uma palhaçada com o patrocínio da estupidificante televisão. Uma pena, pois já passou da hora de punir quem dirige bêbado e mata, mas essa espetacularização da aplicação da lei nessas blitz por agentes truculentos e sem nenhum outro critério além do bafômetro, é demais. O melhor mesmo é ficar em casa até passar a onda. O que vai de fato desestimular pessoas dirigirem embriagadas é o fim da impunidade para os que causam dano ao volante e não as blitz-espetáculos. Para ler lúcida análise sobre o assunto clique aqui