Bem, em princípio não tenho nada contra festas, mas tenho tudo contra a babaquice e a HISTERIA geral por causa do Natal e ano novo e seu zero-significado. O mais enervante de tudo é aquele contaminante estado de anti-climax de que vai acontecer algo grandiloquente e o desespero para comprar lixo e comidas horrorosas como chester, tender, peru, etc. Hoje mesmo, fui comprar um barbeador e peguei um fila de uns dez metros no caixa com aquela musiquinha intragável de fundo e todo mundo com o carrinho lotado de espumante vagabundo, panetone ordinário, uma alegria postiça contrabandeada sabe-se lá de onde e os inexpugnáveis rojões que já começam a estourar anunciando que "grande momento" se aproxima (danem-se os animais de estimação).
... Quando alguém que amo (e que me ama) me oferece um presente, não espero receber aquele objeto que quero e procuro há tempo -claro, vou gostar de receber isso, e vai ser uma festa, mas, cá entre nós, esse tipo de coisa posso encontrar e comprar sozinho. De quem me ama, espero muito mais: espero receber algo que, até então, literalmente, eu não sabia que eu queria.
O verdadeiro presente é aquele que me revela meu próprio desejo. ...(continua