domingo, 29 de março de 2020

O NOVO SEMPRE VEM !?


Liguei o PC hoje e tudo no mundo parece ser sobre um cantor de nome Gustavo Lima que não sei quem é, e isso me fez pensar que estou “por fora” de tudo que acontece no mundo mainstream da música... e lembrei do meu sobrinho que quase morreu de rir quando contei a ele sobre as “10 mais” dos anos 80 que tinham Milton Nascimento, Caetano, Led Zeppelin, Gil, Queen... e como era difícil conseguir os álbuns logo que saiam...

Por outro lado, um dia desses um amigo entendido dos parangolés musicais me recomendou fortemente observar um projeto-música ou estilo musical: Infinite Bisous - Tema Sex dream marine ***, e demorei a encontrar tempo para ouvir.

Depois de escutar um pouco concluí que não é ruim, mas como na maioria das vezes em se tratando de “novidades”, musicais não foi algo que me comoveu, pois lá como cá, já não tem aparecido muita coisa realmente empolgante para meus ouvidos que estão exigentes ou estou inevitavelmente ficando velho.

Acho que última novidade por assim dizer, que me comoveu foi o “Daft Punk” em 2013 por aí...

Essa coisa de garimpar ou ficar de bar em bar procurando musica boa, cansou. Claro que existe muita coisa bacana rolando por aí em algum lugar recôndito, mas não tenho mais ânimo para o garimpo. Sei lá tá difícil! Só quero escutar alguma coisa que emocione.

Tenho escutado umas coisas "novas" e gostado... até, tipo Oxente Groove, Silibina, Fatoumat, Coletivo Missa, Bixiga 70, kubata, Muntchako, Dharma Samu, Ricardo Primata, Cirilo Amem, applegate, Zoi de Gato, Francisco el Hombre, Anders Helmerson trio, Lianne La Havas e outros, mas não chega a ponto de dar vontade de voltar pra casa logo e ouvir “aquele álbum” como aconteceu por exemplo com “The show of Hands” do Rush, “Terra dos Pássaros” do Toninho Horta, “The dark side of the moon” de Pink Floyd, Clube da esquina, “Ride the Lightning – Metallica” entre outros tantos, na época dos lançamentos.

Não sei se foi o tempo que passou ou se é como o lendário produtor André Midani disse: “Musicalmente somos todos datados fatalmente”, mas ando com a sensação que quase tudo que aparece me soa como uma espécie de “versão” (sofisticada ou vagabunda) de algo que alguém já fez antes e melhor, o que tem me levado a ouvir cada vez mais direto da fonte ou seja, “música velha.” 

Em se tratando de MPB por exemplo o que se vê agora são quase sempre uma espécie de “metamorfoseamento” do que já existia, com maneirismos e/ou toques pessoais, para não dizer imitações/clonagens mesmo.

Penso se essas novidades existiriam para preencher à nossa necessidade atávica de não parecer antigo ou se de fato são vanguarda, pois ao ouvir a coisa passada embalada como novidade, atenderíamos a um impositivo atual de não envelhecer, ao mesmo tempo que nosso ouvido não distanciaria muito da coisa antiga, ou se são de fato criações fantásticas e fui eu que perdi a sensibilidade auditiva ou a capacidade de identificar as novidades... vai saber.

Bem, Isso tudo me faz lembrar meu pai que sempre dizia que depois de Orlando Silva, Sinatra e Elizete Cardoso etc.., nada de interessante aconteceu (risos!) e que aqueles Beatles e a Jovem Guarda (que minha mãe gostava e eu também) eram muito ruinzinhos, o Raul Seixas, esquisito e  Roberto Carlos um Zé Mané que nem sabia cantar. 

É bom lembrar também que paradoxalmente o célebre autor de “Como nossos pais” já dizia que o “novo sempre vem! ” E ele já foi.

O Frejat recentemente tentou explicar esse desalento, dizendo que o que aconteceu, foi que a música desde os anos vinte primava pela melodia e do final dos anos 1990 para cá, o ritmo tomou o seu lugar e a gente (acostumado com a melodia) ficou um pouco órfão... se bem que a música que chamam de sertaneja está aí firme e forte na melodia, mas acho que ele não se referia a essas baladas sobre chifres e bebidas.

O fato é que ando sempre com a sensação de que quase tudo que aparece agora me soa como imitação anêmica de alguma coisa boa que já conheço ou um “Blend” sem alma com vestimenta nova para se vender como novidade e assim tenho me refugiado na música instrumental ou velha mesmo.

Exceções!? Humm..., raramente como o projeto do Leo Gandelman com os feras do Rap brasileiro que está tocando agora enquanto escrevo essas mal traçadas:  ♪...e êta que mundo bom de acabar♪♫

Obs: O Andre Midani provavelmente estava certo porque fui pesquisar o tal Gustavo Lima e achei um lixo.



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