A Teoria das Gerações foi popularizada pelos sociólogos americanos William Strauss e Neill Howe. Essa teoria defende que as pessoas que nascem no mesmo período têm comportamentos semelhantes.
A teoria de Strauss e Howe classifica o pensamento de 24 gerações desde o século 15... e ganhou aura científica de uns tempos para cá para muitos estudiosos e de mito para os críticos.
Particularmente acho muito interessante essa classificação e é sempre bom lembrar que nas intersecções a coisa fica meio borrada, quase liquida, digamos.
GERAÇÃO BUIDERS 1925-1+45
A geração chamada de Builders (nascidos entre 1925 e 1945), tem como suas principais características: respeito às regras, à família, ao trabalho e a moral. Buscam por estabilidade e se adaptam a hierarquias rígidas.
Este rótulo aponta para o fato de que essa geração "construiu" muito da sociedade que conhecemos hoje. Essa geração também demonstrou sua resiliência em alguns momentos difíceis: começando a vida após uma Depressão, ouvindo histórias da Primeira Guerra Mundial de seus pais e vivendo a Segunda Guerra Mundial.
Embora sejam geralmente chamados de idosos da comunidade, eles nem sempre foram idosos. Eles são a geração que construiu nossos subúrbios, instituições e infraestrutura, e continuam a construir à sua maneira até hoje. Eles são grandes defensores de muitos dos valores e compromissos nos quais nossa sociedade é construída. Eles também são uma geração muito compreensiva e adaptável, que aprecia as gerações mais jovens crescendo em um mundo tão diferente daquele em que foram moldados
GERAÇÃO BABY BOOMERS 1946 - 1964
Os Baby Boomers receberam esse nome porque são fruto de uma explosão populacional ocorrida logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1964, quando os combatentes nos Estados Unidos finalmente puderam voltar às suas casas e constituir uma família.
Quando jovens, os Baby Boomers valorizavam muito o trabalho e tinham uma forte preocupação em construir um patrimônio e ter uma carreira profissional estável, permanecendo no mesmo emprego por décadas até a aposentadoria.
Esse tipo de comportamento, que nasceu nos EUA, acabou se espalhando por diversos países.
Para essa geração, o tempo de experiência era mais valorizado do que a criatividade e a inovação. Isso se deve principalmente ao fato de que, naquela época, a concorrência no mercado de trabalho não era tão acirrada e não havia tanta variedade de profissões como temos hoje.
GERAÇÃO X 1965 - 1980
Esta é a geração X, que nasceu entre 1965 e 1980, cresceu no período da Guerra Fria e foi a primeira a experimentar os avanços tecnológicos e é provavelmente a minha, a despeito de eu ter nascido no finalzinho de 1962.
No campo profissional, os indivíduos da geração X valorizam bastante a busca pela ascensão de cargos na empresa e geralmente ficam muito tempo na mesma organização.
Uma outra característica importante da geração X é que eles foram os primeiros a verem ambos os pais saindo para trabalhar, por isso, é um grupo que tende a ser responsável com as tarefas da casa.
Além disso, quem é dessa época prefere não ser gerenciado em todos os detalhes do trabalho. Eles gostam muito de entender os processos de negócios como um todo. Buscam independência e individualidade, mas sem perder características importantes da convivência em grupo.
Com perfil mais conservador, atualmente, a geração X é muitas vezes a aposta das empresas para cargos de maior responsabilidade.
Ou seja, se você atua no mercado de soluções cujo público-alvo são gestores e líderes, é bem provável que conhecer mais da geração X ajude a compreender como vender melhor.
Mais características da geração X
Adaptação a mudanças: a geração X cresceu em um período de rápidas mudanças tecnológicas e sociais, o que a tornou mais adaptável a ambientes em transformação. As pessoas dessa época geralmente são capazes de se ajustar a novas tecnologias e processos com relativa facilidade.
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: além disso, a geração X foi uma das primeiras a buscar um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Eles valorizam o tempo com a família, hobbies e outras atividades fora do ambiente corporativo.
Valorização da experiência: ela também valoriza a experiência acumulada ao longo do tempo, acreditando que sua trajetória de trabalho e suas conquistas devem ser reconhecidas.
Valorização da estabilidade: embora sejam adaptáveis, muitos membros da geração X também valorizam a estabilidade e a segurança no emprego.
GERAÇÃO Y (MILLENNIALS)
Nascidos entre 1981 e 1996, os millennials (geração Y) são mais exigentes em relação às funções que desempenham e têm menos receio de largar um emprego para fazer algo que realmente ofereça satisfação profissional e pessoal.
Muito se fala sobre os Millennials atualmente. Isso porque, além de serem considerados maioria em diversas empresas, seu comportamento no mercado de trabalho é bem diferente do comportamento observado na geração X.
Segundo uma pesquisa realizada pela LiveCareer, os millennials estão na frente quando o assunto é flexibilidade no trabalho. Enquanto 76% dos entrevistados da geração Y responderam que esperam ter um trabalho flexível, o segundo lugar ficou com a geração Z (69%) e o terceiro com a geração X (64%).
Quando a pergunta foi sobre ter o prestígio profissional como prioridade no trabalho, os millenials ficaram em terceiro lugar: geração X (64%); Baby Boomers (59%); e geração Y (58%).
Quais os valores do millennials?
Os valores cultivados pelos Millennials estão muito mais focados na experiência do que na aquisição material. Ou seja, eles se preocupam menos em construir um patrimônio, em ter a casa e o carro próprios em comparação com a geração Y e os Baby Boomers.
Assim, para a geração Y, o trabalho em equipe é mais importante do que a hierarquia. Além disso, eles estão em uma busca constante por inovação.
Outro ponto importante é que a geração Y prefere receber instruções bem específicas sobre o trabalho a ser realizado. Em relação à gestão de metas, o líder precisa saber que esta geração gosta de receber feedback, mas prefere tomar suas próprias decisões, com autonomia.
GERAÇÃO Z (CENTENNIAL) 1997 -2009
A geração Z, é a que representa as pessoas que nasceram já na era digital.
Se os millennials cresceram em meio a transformação digital, a geração Z — também chamada de Centennial — já nasceu nesse mundo conectado pelas tecnologias digitais.
De atenção dispersa, os Centennials costumam ser multitarefas, independentes e exigentes com o que consomem e com as funções que desempenham nas empresas, apesar de estarem chegando agora ao mercado de trabalho. Acredita-se que alguns cargos que a geração Z vai ocupar ainda nem foram criados.
O imediatismo é também uma das características da geração Z, eles querem tudo “para ontem”. Além disso, apresentam crescentes dificuldades em socializar fora do ambiente virtual.
É seguro dizer que eles querem passar a vida toda desempenhando a mesma função ou trabalhando para a mesma empresa.
Mais considerações sobre a geração Z.
A seguir algumas curiosidades sobre a
geração Z que é uma geração com a qual
convivo muito e que me intriga bastante. Essa geração nativa digital já foi
celebrizada numa frase hilária: “A maioria deles pensa que o mundo começou no
ano 2000 e os demais tem certeza absoluta.” (autor desconhecido)
É a geração que está perdendo uma habilidade que a
humanidade possui há 5.500 anos, que é a comunicação. Estudos apontam que 40% dessa
geração não são fluentes em comunicação e não conseguem interpretar texto.
A maioria das espécies do planeta se comunica de alguma forma. Todos os animais fazem isso, mas nenhum tem o que nós temos: a linguagem. Embora saibamos muito pouco sobre como ela surgiu, como explicou a linguista Maggie Tallerman no no programa World of Mouth da BBC, “pensa-se que a linguagem tenha pelo menos 50.000 anos, mas a maioria dos linguistas acredita que seja consideravelmente mais antiga. Alguns estimam que possa ter até meio milhão de anos.”
A escrita dos alunos dessa geração é inclinada para baixo ou para cima, e sua
caligrafia é disforme e na maioria das vezes é ilegível. Antigamente, os estudantes estavam
mais acostumados a escrever com papel e lápis, mas hoje lidam desde cedo com
telas e teclados. Isso prejudica a caligrafia, especialmente no ensino médio e
na faculdade. A geração Z está
perdendo a habilidade de escrever à mão e de se expressar com clareza,
capacidades que a humanidade desenvolveu e transmitiu por mais de 5.500 anos, o
que tem preocupado especialistas.
Estima-se que o sistema de escrita cuneiforme, o primeiro método de
escrita, tenha sido inventado há cerca de 5.500 anos. No entanto, habilidades
que não são utilizadas tendem a atrofiar, e esse é o desafio enfrentado pela
Geração Z. Além das dificuldades em escrever à mão, especialistas afirmam que esses jovens têm baixo índice de leitura e pouca familiaridade com a elaboração e exposição de ideias em textos seja em escrita digital ou manual.
Eles preferem transmitir informações básicas em poucas palavras, resumindo ideias em menos de 10 palavras. Evitam frases longas e já não constroem parágrafos significativos, optando por frases curtas e independentes, algo que muitos atribuem à influência das redes sociais. Assim, ao migrar da escrita tradicional para a digital, a primeira está sendo lentamente abandonada nessa geração....
Um estudo da Universidade de Stavanger, na Noruega, revelou que, após apenas um ano focando exclusivamente na escrita digital, 40% dos alunos perderam a fluência na caligrafia. Esses jovens apresentam uma escrita pouco legível, enfrentam desconforto físico ao escrever e se cansam mais rapidamente ao usar papel. Embora a Geração Z demonstre maior habilidade de síntese em comparação com gerações anteriores, suas dificuldades em desenvolver raciocínios complexos, escrever e se comunicar com clareza são evidentes. Estas dificuldades segundo os estudiosos advém do baixíssimo índice de leitura e elevado tempo dispendido na internet com distrações onde o cérebro recebe tudo pronto. Nos meios digitais ao contrário dos livros onde se tem que imaginar aromas, sensações, imagens etc, já recebem tudo pronto e resolvido.
Ferramentas digitais estão transformando a linguagem e a escrita, e essa mudança não é percebida apenas por professores. Membros da Geração Z também expressam preocupação em fóruns como o Reddit, onde relatam a sensação de estarem perdendo a capacidade de escrever devido ao estresse universitário e a um sistema educacional que não valoriza as habilidades individuais de cada aluno. Os especialistas sugerem que é essencial reservar um tempo específico para praticar a escrita manual e a leitura. Outros defendem uma abordagem híbrida, alternando entre escrita digital e à mão.
Independentemente
da solução, uma coisa é certa: se nada for feito, corremos o risco de perder
algo que nos acompanha há mais de 5.000 anos.
Interessante da
geração Z é a relação deles com o consumo. A internet mudou muito
a vida, dessa geração, de nativos digitais, que não reconhecem o mundo real sem
o virtual, na palma da mão.
É uma geração que
não gosta de ser definida, talvez paradoxalmente por ser a mais homogénea, não
querem ser rotulados, e acreditam que vão compondo sua identidade através de
várias referências obtidas na internet.
Na relação com o consumo, também pensam diferente da gerações anteriores. É a mudança da ideia de possessão para acesso. Não querem mais ter posse de um ativo, de um bem, eles querem ter acesso.
Então, se começa a
ver redes de produtos compartilhados, segunda mão, esse tipo de coisa. Por que vão
comprar algo daquela empresa se ela está se comportando de uma forma que não
cabe na atualidade ou dentro de alguns temas dessa geração.
Esta talvez seja a
geração mais consciente de que consumo é poder. E mais consciente sobre o
coletivo, sobre o que está acontecendo no entorno deles e querem promover
mudanças reais, consumo consciente e compartilhamento das ideias de sua geração.
A internet que muitas
vezes os isolam, no mundo virtual, também tem o condão de mobilizá-los, segundo
a especialista em marketing de influência Isabela Ventura.
Embora ainda não tenham idade para terem um cargo dentro das empresas, a geração mais recente é a Alfa. Eles são os nascidos a partir de 2010 e são ainda mais imersos na tecnologia. Para essas crianças, é bastante comum ouvir “ele nem sabe ler, mas sabe clicar no YouTube no celular”.
Embora ainda não tenham idade para trabalhar, é importante estar ciente de que essa futura geração está ainda mais focada em flexibilidade, autonomia e com um grande potencial para buscar saídas para problemas de forma colaborativa.
De acordo com um artigo dos estudiosos, a geração Alfa será a mais dotada de recursos materiais e conhecimentos tecnológicos de todas e deve ser educada para ser mais sustentável do ponto de vista ambiental e econômico
GERAÇÃO BETA 2025 – 2039
A Geração Beta representará cerca de 16% da população global em 2035 e muitos viverão para ver o Século 22. “A Geração Beta segue a Geração Alfa (nascidos de 2010 a 2024). Nós os chamamos de Alpha e Beta para significar não apenas novas gerações, mas as primeiras gerações que serão moldadas por um mundo totalmente “diferente” do que já existiu.
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