segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Gerações...

A Teoria das Gerações foi popularizada pelos sociólogos americanos William Strauss e Neill Howe. Essa teoria  defende que as pessoas que nascem no mesmo período têm comportamentos semelhantes. 

A teoria de Strauss e Howe classifica o pensamento de 24 gerações desde o século 15... e ganhou aura científica de uns tempos para cá para muitos estudiosos e de mito para os críticos. 

Particularmente acho muito interessante essa classificação e é sempre bom lembrar que nas intersecções a coisa fica meio borrada, quase liquida, digamos.


Geração Builders................  1925 - 1945 
Geração Baby Boomers .....  1946 - 1964
Geração X ..........................  1985 - 1980
Geração Y;..........................  1981  - 1996
Geração Z;........................... 1997 - 2009
Geração Alfa........................ 2010 - 2024
Geração Beta....................... 2025 - 2039


GERAÇÃO BUIDERS  1925-1+45

A geração chamada de Builders (nascidos entre 1925 e 1945), tem como suas principais características: respeito às regras, à família, ao trabalho e a moral. Buscam por estabilidade e se adaptam a hierarquias rígidas.


Este rótulo aponta para o fato de que essa geração "construiu" muito da sociedade que conhecemos hoje. Essa geração também demonstrou sua resiliência em alguns momentos difíceis: começando a vida após uma Depressão, ouvindo histórias da Primeira Guerra Mundial de seus pais e vivendo a Segunda Guerra Mundial.


Embora sejam geralmente chamados de idosos da comunidade, eles nem sempre foram idosos. Eles são a geração que construiu nossos subúrbios, instituições e infraestrutura, e continuam a construir à sua maneira até hoje. Eles são grandes defensores de muitos dos valores e compromissos nos quais nossa sociedade é construída. Eles também são uma geração muito compreensiva e adaptável, que aprecia as gerações mais jovens crescendo em um mundo tão diferente daquele em que foram moldados

 

GERAÇÃO BABY BOOMERS 1946 - 1964

Os Baby Boomers receberam esse nome porque são fruto de uma explosão populacional ocorrida logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1964, quando os combatentes nos Estados Unidos finalmente puderam voltar às suas casas e constituir uma família.

Quando jovens, os Baby Boomers valorizavam muito o trabalho e tinham uma forte preocupação em construir um patrimônio e ter uma carreira profissional estável, permanecendo no mesmo emprego por décadas até a aposentadoria.

Esse tipo de comportamento, que nasceu nos EUA, acabou se espalhando por diversos países.

Para essa geração, o tempo de experiência era mais valorizado do que a criatividade e a inovação. Isso se deve principalmente ao fato de que, naquela época, a concorrência no mercado de trabalho não era tão acirrada e não havia tanta variedade de profissões como temos hoje.

 

GERAÇÃO X 1965 - 1980

Esta é a geração X, que nasceu entre 1965 e 1980, cresceu no período da Guerra Fria e foi a primeira a experimentar os avanços tecnológicos e é provavelmente a minha, a despeito de eu ter nascido no finalzinho de 1962.

No campo profissional, os indivíduos da geração X valorizam bastante a busca pela ascensão de cargos na empresa e geralmente ficam muito tempo na mesma organização.

Uma outra característica importante da geração X é que eles foram os primeiros a verem ambos os pais saindo para trabalhar, por isso, é um grupo que tende a ser responsável com as tarefas da casa.

Além disso, quem é dessa época prefere não ser gerenciado em todos os detalhes do trabalho. Eles gostam muito de entender os processos de negócios como um todo. Buscam independência e individualidade, mas sem perder características importantes da convivência em grupo.

Com perfil mais conservador, atualmente, a geração X é muitas vezes a aposta das empresas para cargos de maior responsabilidade.

Ou seja, se você atua no mercado de soluções cujo público-alvo são gestores e líderes, é bem provável que conhecer mais da geração X ajude a compreender como vender melhor.

Mais características da geração X

Adaptação a mudanças: a geração X cresceu em um período de rápidas mudanças tecnológicas e sociais, o que a tornou mais adaptável a ambientes em transformação. As pessoas dessa época geralmente são capazes de se ajustar a novas tecnologias e processos com relativa facilidade.

Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: além disso, a geração X foi uma das primeiras a buscar um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Eles valorizam o tempo com a família, hobbies e outras atividades fora do ambiente corporativo.

Valorização da experiência: ela também valoriza a experiência acumulada ao longo do tempo, acreditando que sua trajetória de trabalho e suas conquistas devem ser reconhecidas.

Valorização da estabilidade: embora sejam adaptáveis, muitos membros da geração X também valorizam a estabilidade e a segurança no emprego.

  

GERAÇÃO Y (MILLENNIALS)

Nascidos entre 1981 e 1996, os millennials (geração Y) são mais exigentes em relação às funções que desempenham e têm menos receio de largar um emprego para fazer algo que realmente ofereça satisfação profissional e pessoal.

Muito se fala sobre os Millennials atualmente. Isso porque, além de serem considerados maioria em diversas empresas, seu comportamento no mercado de trabalho é bem diferente do comportamento observado na geração X.

Segundo uma pesquisa realizada pela LiveCareer, os millennials estão na frente quando o assunto é flexibilidade no trabalho. Enquanto 76% dos entrevistados da geração Y responderam que esperam ter um trabalho flexível, o segundo lugar ficou com a geração Z (69%) e o terceiro com a geração X (64%).

Quando a pergunta foi sobre ter o prestígio profissional como prioridade no trabalho, os millenials ficaram em terceiro lugar: geração X (64%); Baby Boomers (59%); e geração Y (58%).

Quais os valores do millennials?

Os valores cultivados pelos Millennials estão muito mais focados na experiência do que na aquisição material. Ou seja, eles se preocupam menos em construir um patrimônio, em ter a casa e o carro próprios em comparação com a geração Y e os Baby Boomers.

Assim, para a geração Y, o trabalho em equipe é mais importante do que a hierarquia. Além disso, eles estão em uma busca constante por inovação.

Outro ponto importante é que a geração Y prefere receber instruções bem específicas sobre o trabalho a ser realizado. Em relação à gestão de metas, o líder precisa saber que esta geração gosta de receber feedback, mas prefere tomar suas próprias decisões, com autonomia.

 

GERAÇÃO Z (CENTENNIAL) 1997 -2009

A geração Z, é a que representa as pessoas que nasceram já na era digital.

Se os millennials cresceram em meio a transformação digital, a geração Z — também chamada de Centennial — já nasceu nesse mundo conectado pelas tecnologias digitais.

De atenção dispersa, os Centennials costumam ser multitarefas, independentes e exigentes com o que consomem e com as funções que desempenham nas empresas, apesar de estarem chegando agora ao mercado de trabalho. Acredita-se que alguns  cargos que a geração Z vai ocupar ainda nem foram criados.

O imediatismo é também uma das características da geração Z, eles querem tudo “para ontem”. Além disso, apresentam crescentes dificuldades em socializar fora do ambiente virtual.

É seguro dizer que eles querem passar a vida toda desempenhando a mesma função ou trabalhando para a mesma empresa.


Mais considerações sobre a geração Z.

A seguir algumas curiosidades sobre a geração Z  que é uma geração com a qual convivo muito e que me intriga bastante. Essa geração nativa digital já foi celebrizada numa frase hilária:  “A maioria deles pensa que o mundo começou no ano 2000 e os demais tem certeza absoluta.” (autor desconhecido)

É a geração que está perdendo uma habilidade que a humanidade possui há 5.500 anos, que é a comunicação. Estudos apontam que 40% dessa geração não são fluentes em comunicação e não conseguem interpretar texto.

A maioria das espécies do planeta se comunica de alguma forma. Todos os animais fazem isso, mas nenhum tem o que nós temos: a linguagem. Embora saibamos muito pouco sobre como ela surgiu, como explicou a linguista Maggie Tallerman no no programa World of Mouth da BBC, “pensa-se que a linguagem tenha pelo menos 50.000 anos, mas a maioria dos linguistas acredita que seja consideravelmente mais antiga. Alguns estimam que possa ter até meio milhão de anos.” 

A escrita dos alunos dessa geração é inclinada para baixo ou para cima, e sua caligrafia é disforme e na maioria das vezes é ilegível. Antigamente, os estudantes estavam mais acostumados a escrever com papel e lápis, mas hoje lidam desde cedo com telas e teclados. Isso prejudica a caligrafia, especialmente no ensino médio e na faculdade. A geração Z está perdendo a habilidade de escrever à mão e de se expressar com clareza, capacidades que a humanidade desenvolveu e transmitiu por mais de 5.500 anos, o que tem preocupado especialistas.

Estima-se que o sistema de escrita cuneiforme, o primeiro método de escrita, tenha sido inventado há cerca de 5.500 anos. No entanto, habilidades que não são utilizadas tendem a atrofiar, e esse é o desafio enfrentado pela Geração Z. Além das dificuldades em escrever à mão, especialistas afirmam que esses jovens têm baixo índice de leitura e pouca familiaridade com a elaboração e exposição de ideias em textos seja em escrita digital ou manual. 

Eles preferem transmitir informações básicas em poucas palavras, resumindo ideias em menos de 10 palavras. Evitam frases longas e já não constroem parágrafos significativos, optando por frases curtas e independentes, algo que muitos atribuem à influência das redes sociais. Assim, ao migrar da escrita tradicional para a digital, a primeira está sendo lentamente abandonada nessa geração....

Um estudo da Universidade de Stavanger, na Noruega, revelou que, após apenas um ano focando exclusivamente na escrita digital, 40% dos alunos perderam a fluência na caligrafia. Esses jovens apresentam uma escrita pouco legível, enfrentam desconforto físico ao escrever e se cansam mais rapidamente ao usar papel. Embora a Geração Z demonstre maior habilidade de síntese em comparação com gerações anteriores, suas dificuldades em desenvolver raciocínios complexos, escrever e se comunicar com clareza são evidentes. Estas dificuldades segundo os estudiosos advém do baixíssimo índice de leitura e elevado tempo dispendido na internet com distrações onde o cérebro recebe tudo pronto. Nos meios digitais ao contrário dos livros onde se tem que imaginar aromas, sensações, imagens etc, já recebem tudo pronto e resolvido. 

Ferramentas digitais estão transformando a linguagem e a escrita, e essa mudança não é percebida apenas por professores. Membros da Geração Z também expressam preocupação em fóruns como o Reddit, onde relatam a sensação de estarem perdendo a capacidade de escrever devido ao estresse universitário e a um sistema educacional que não valoriza as habilidades individuais de cada aluno. Os especialistas sugerem que é essencial reservar um tempo específico para praticar a escrita manual e a leitura. Outros defendem uma abordagem híbrida, alternando entre escrita digital e à mão.

Independentemente da solução, uma coisa é certa: se nada for feito, corremos o risco de perder algo que nos acompanha há mais de 5.000 anos.

Interessante da geração Z é a relação deles com o consumo. A internet mudou muito a vida, dessa geração, de nativos digitais, que não reconhecem o mundo real sem o virtual, na palma da mão.

É uma geração que não gosta de ser definida, talvez paradoxalmente por ser a mais homogénea, não querem ser rotulados, e acreditam que vão compondo sua identidade através de várias referências obtidas na internet.

Na relação com o consumo, também pensam diferente da gerações anteriores. É a mudança da ideia de possessão para acesso. Não querem mais ter posse de um ativo, de um bem, eles querem ter acesso.

Então, se começa a ver redes de produtos compartilhados, segunda mão, esse tipo de coisa. Por que vão comprar algo daquela empresa se ela está se comportando de uma forma que não cabe na atualidade ou dentro de alguns temas dessa geração.

Esta talvez seja a geração mais consciente de que consumo é poder. E mais consciente sobre o coletivo, sobre o que está acontecendo no entorno deles e querem promover mudanças reais, consumo consciente e compartilhamento das ideias de sua geração.

A internet que muitas vezes os isolam, no mundo virtual, também tem o condão de mobilizá-los, segundo a especialista em marketing de influência Isabela Ventura.



GERAÇÃO ALFA  2010 - 2024

Embora ainda não tenham idade para terem um cargo dentro das empresas, a geração mais recente é a Alfa. Eles são os nascidos a partir de 2010 e são ainda mais imersos na tecnologia. Para essas crianças, é bastante comum ouvir “ele nem sabe ler, mas sabe clicar no YouTube no celular”.

Embora ainda não tenham idade para trabalhar, é importante estar ciente de que essa futura geração está ainda mais focada em flexibilidade, autonomia e com um grande potencial para buscar saídas para problemas de forma colaborativa.

De acordo com um artigo dos estudiosos, a geração Alfa será a mais dotada de recursos materiais e conhecimentos tecnológicos de todas e deve ser educada para ser mais sustentável do ponto de vista ambiental e econômico

 

GERAÇÃO BETA 2025 – 2039

A Geração Beta representará cerca de 16% da população global em 2035 e muitos viverão para ver o Século 22. “A Geração Beta segue a Geração Alfa (nascidos de 2010 a 2024). Nós os chamamos de Alpha e Beta para significar não apenas novas gerações, mas as primeiras gerações que serão moldadas por um mundo totalmente “diferente” do que já existiu.


Fontes: Mccrindle
              BBC
              Edupulses
              Globonews
              PUCRS



sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Semana difici!

Semaninha difici, mas esses últimos dois dias conseguiram ser bem irritantes, hein!?

Fiquei horrorizado com a reação do mercado ao esforço e o pacote de gastos apresentado pelo Haddad, porque apesar do mercado financeiro não ter disputado nenhuma eleição, ele insiste em querer governar e não conseguindo, se esforça bastante em sabotar e chantagear o governo do Lula, o tempo todo. Hoje já amanheceram falando em Selic de 14.5 por cento como vingança, pela simples proposta de taxar os ricos em 2026, além de patrocinar a explosão injustificada do câmbio como retaliação.

Embora os cortes do BPC comecem imediatamente. Cada ponto percentual de aumento da Selic representaria 70 bilhões, igual ao valor que seria economizado com os cortes, mas não estão nem aí. O importante é inviabilizar o Lula III e sabotar sua reeleição e se possível emplacar outro Paulo Guedes da vida para lubrificar as correntes de transmissão do rentismo.

Estão se lixando para o país e botando para quebrar, querem inviabilizar o governo, e que se dane o resto, contanto que mantenham sua rentabilidade crescente e os pobres cada vez mais fodidos, servindo como fartura de mão de obra e preferencialmente sem saúde e educação. 


Esse é o tal mercado que dá as cartas cada vez mais nas economias finançeirizadas. A Faria Lima queria o sangue dos já espoliados e o presidente não sangrou a Saúde, nem Educação, e seguro-desemprego como propunham.

Não satisfeitos e como Inimigos declarados de Lula, ficaram enraivecidos porque só aceitam espetar o ajuste fiscal como sempre, na jugular dos fodidos sangrando a saúde e educação e Lula não deu o que queriam.

Não admitem querer taxar mais quem ganha mais, que é o princípio básico de qualquer “capitalismo” minimamente civilizado.

E enquanto a Faria Lima joga suas fichas contra todos que não integram o cassino e chantageia o governo, a excrecência da atual CCJ -na surdina da meleca boçal-militar-, aprovou numa votação relâmpado, uma proposta medieval de proibição total da interrupção de gravidez, inclusive nos casos de estupro e risco de vida da mãe, o que deixará a lei se aprovada pior do que era em 1904.

Já ia esqueçendo da lambança do congresso que procrastinou até não mais poder sobre a regulação das redes sociais e agora o STF provocado terá que lidar com essa batata quente e provavelmente será acusado -pelos procrastinadores-, de se meter onde não deveria(!?)

Tempos difíceis esses de voluntaria imbecilização em que a classe mérdia que ganha até 5 mil, é contra a taxação de quem ganha 50 mil em diante e onde cada entregador do ifood sonha em se tornar um “Farialimer.”  SQN! Mais fácil morrerem antes atropelados e/ou exauridos.

 



 


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Será que a Av. Paulista terá mesmo destino que a R. XV de Novembro?

No início do século XX as propagandas diziam algo mais ou menos assim: “Agora você não precisa mais ir a Paris porque Paris está aqui” referindo-se ao comercio e ao requinte da R. XV de Novembro que agora é uma várzea...

Em 1981 meu primeiro emprego foi na XV de novembro 317 Banco Sogeral, na função de “Contínuo” (uma espécie de Office Boy interno) da Diretoria, de onde Sairia o Presidente do Banco Central, Dr. Elmo de Araújo Camões para quem eu comprava diariamente, almoços e lanches nos saudosos restaurantes Dix, Guanabara, Leiteria Miguel Couto, etc.

A XV de novembro era ainda linda, limpa, movimentadíssima e o coração financeiro da cidade com a Bolsa de Valores e sede de vários bancos, mas o êxodo, ou melhor, abandono do centro já havia começado.

O saudoso e premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha, a respeito desses movimentos, costumava dizer que o mercado Imobiliário era um dos principais responsáveis pelo abandono de vastas áreas da cidade que em sua visão era um” projeto”.

Começou com o mercado imobiliário proclamando que “A região central estava decadente e que o “chique no último”, era se mandar para a Av. Paulista, e em seguida foi a mesma cantilena com a Faria Lima, depois para Av. Berrini... -e agora já nem sei qual é a bola da vez-, para depois comprarem a região central a preço de banana e a relançarem como chique-retrô o que já está acontecendo.  Uma pena que o Mendes da Rocha não viveu para ver sua profecia se cumprindo.

Agora, não bastasse aquela feiura das Casas Bahia em frente ao Teatro Municipal, onde era o Mappin, acabo de ler no jornal que a ex-majestosa Livraria Cultura do conjunto Nacional na Av. Paulista em breve será uma lojona do Magazine Luiza. 

Fico já imaginando aquele monte de lavadora e geladeira invadindo a calçada com aquelas cartolinas de liquidação e umas caixas de som daquelas grandonas anunciando as promoções ao som do pancadão...


sexta-feira, 19 de abril de 2024

BANCADA LAVAJATISTA DA GLOBONEWS ATACA A JORNALISTA DANIELA LIMA AO VIVO.

A chapa esquentou na Globonews com o Gabeira e Leilane enquadrando ao vivo a recém-chegada Daniela Lima que ainda não sacou que funcionários globais, só podem beber na tigela da casa. Se arriscar fora da casinha não vai levar lapada dos donos não, porque os zelosos colegas, se antecipam aos patrões e já  passam uma descompostura ao vivo mesmo numa sem-cerimônia constrangedora.

As “pratas da casa” parecem que estavam incomodadas com o protagonismo da  excelente Dani Lima, porque ela apenas foi profissional em dar ênfase ao fato que foi Thompson Flores que barrou um Habeas Corpus do Lula. Afinal, alguém de fora do círculo jurídico conhece Thompson Flores? Isso se chama trazer ao público a informação correta e contextualizada. Nada mais.

Se tem alguém que ainda me faz assistir a Globonews e suportar a subserviência da Globo ao “mercado” e a tolerância com a direita tacanha, é a DANIELA LIMA!

E convenhamos que Leilane pedir isenção e prudência é no mínimo hilário, hein!?




 

segunda-feira, 8 de abril de 2024

O Ataque de Elon Musk

Com a derrocada do twitter (agora X) desde que Musk adquiriu a plataforma, a solução encontrada pelo empresário foi pegar uma carona no movimento das hostes boçalnaristas contra o STF e ao mesmo tempo tentar se livrar de investimentos para moderar as postagens criminosas, de fascistas, pedófilos, boçalnaristas et caterva. 


Risco calculado, se colar colou, se não colar e o X for suspenso no Brasil, avalia que ficaria bem na foto com a imagem de grande empresário da liberdade, que teria deixado o Brasil devido a censura e ainda aplaudido pelas hostes bolsomínions, e sem investir um centavo por aqui na moderação de conteúdo, já que o “X” apesar do número de usuários, não fatura nem uma fração do que a Meta (Instagram, facebook, WhatsApp) e Google, que também investem muito pouco em moderação de conteúdo ainda.

Prova disso é que o Prof. Fábio Malini do LABOIC (Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da UFES), apurou que as contas que mais repercutiram as falas de Musk neste final de semana são justamente as que sofreram s moderações e suspensões do STF por publicarem conteúdos criminosos e/ou falsos.

Na visão de Malini, o movimento de Musk, "É muito mais uma tentativa de preservação da empresa se utilizando oportunamente dos aliados na cena pública que estão em campanha contra o ministro Alexandre de Moraes, tentando colar o argumento de que Elon Musk é um grande empresário que deixou o Brasil por causa da censura do STF e não se rendeu”.

Fato é que o Brasil, um país de dimensões continental, não é terra de ninguém e precisa regulamentar a internet como já estão fazendo as grandes Democracias europeias por exemplo.



domingo, 28 de janeiro de 2024

Joga sopa na Monalisa

 Melhor do que apenas jogar sopa em obras de arte talvez fosse focar também ou principalmente em ideias como planejamento familiar etc.…, porque segundo os especialistas, alimentar 8 bilhões de pessoas com agricultura primitiva, natural, saudável, sustentável, orgânica, livre de venenos contra pragas, etc, etc, tornou-se impossível há décadas. É uma conta que não fecha, enfim.

Explicam que um pé de tomate primitivo, orgânico, por exemplo, leva quase 6 meses para produzir 3 frutinhas menores que um ovo, consome mão de obra e cuidados infindos, enquanto que seus primos “malvadões” que comemos todos os dias, que são variedades melhoradas geneticamente, exponencialmente mais produtivas, resistentes a intempéries, insetos... e que tomam banhos químicos contra pragas, etc, etc..., em três meses produzem 50 tomates grandes que ainda sim custam R$12,00 o kilo.

Jogar sopa na Monalisa ganha manchetes e likes, mas o que vai resolver mesmo a questão, será enfrentar todos os outros componentes da equação (8 bilhões de bocas x comida "natural") e que pelo jeito não suscita paixões, além do que na hora da "onça beber água", ficaria complicado todos correndo atrás de conseguir 2 cenourinhas do tamanho de um polegar por 20,00 nas feirinhas alternativas para poucos... Então a questão é complexa e envolve muitos fatores.

Enquanto a questão não é enfrentada levando em conta vários aspectos, quem paga o pato é a coitada da Monalisa que nunca refletiu sobre as contradições humanas, Thomas Malthus, protecionismo, permacultura...

A velha estória; A pessoa vai de carro para o boteco falar contra os automóveis e a poluição, mas recusa-se a usar o metrô, quando na verdade os problemas reais quase sempre envolvem muito mais coisas do que o bla,bla,bla, ou atirar sopa num quadro que também tem sua importância, mas não adianta ficar só nisso, porque o buraco parece ser bem mais embaixo.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Freud no Oriente Médio: entre a vítima e o agressor

por Daniel Kupermann


O sequestro dos espíritos

Demorei exatos 79 dias, 17 horas e 36 minutos, considerando o horário em que o mundo se deu conta do que estava ocorrendo, para decidir publicar algumas considerações sobre o atentado atroz perpetrado pelo grupo terrorista Hamas no dia 07/10/23 em solo israelense e sobre a resposta militar devastadora de Israel e sobre mais uma guerra no Oriente Médio.
O massacre cometido por homens do Hamas me emudeceu. Mil e trezentas pessoas assassinadas em algumas horas, sem distinção de idade, gênero e mesmo nacionalidade. Bebês, mulheres torturadas, estupradas e mortas, idosos profanados e, por fim, o sequestro de mais de duzentas pessoas, novamente de todas as idades.

As manifestações imediatas de amigos e companheiros da esquerda brasileira me emudeceu. Os cadáveres ainda não tinham sequer esfriado e a insensibilidade em relação à infâmia ocorrida era exibida nas redes sociais, assim como a justificativa mais ou menos explícita dos atos hediondos reivindicados pelo Hamas.

A reação militar israelense adotando a estratégia da “terra arrasada” me emudeceu. Não foi surpresa a invasão de Gaza em busca dos reféns sequestrados e do propagado objetivo de destruição do poderio militar do Hamas, mas tornou-se insuportável para mim a repetição das cenas de destruição de cidades, de remoção de populações inteiras e de mortes de civis – crianças em especial – promovidas pelas forças militares subordinadas a Netanyahu.

Minha mudez, acompanhada de uma aura depressiva, permitiu-me, no entanto, testemunhar um fenômeno psicológico que chamarei de sequestro dos espíritos, nomeando de “espírito” a capacidade humana de pensar empaticamente, ou seja, pensar a partir do modo como o sofrimento – nosso e do outro – nos afeta. Não me refiro, evidentemente, a uma empatia seletiva, como critica Butler com razão, mas a uma empatia universal.

O sequestro dos espíritos, fenômeno bastante atual, por sinal, não apenas abole nossa capacidade de pensar empaticamente; ele recrudesce nossas paixões narcísicas. Com o espírito sequestrado nossa visão é limitada por antolhos ideológicos e nosso pensamento abarca uma dimensão não maior que um umbigo, o próprio umbigo ou o umbigo do grupo ao qual pertencemos. Só assim é possível não se comover com os relatos e as cenas de 07/10 em Israel e dos dias subsequentes em Gaza. Essa é a condição subjetiva para que a cultura do ódio floresça, como vem acontecendo no Ocidente.

Jovens universitários em busca de aplausos gritando “morte aos judeus”. Políticos de esquerda vociferando contra a existência do Estado de Israel. Judeus sedentos de vingança apoiando a destruição total de Gaza. Políticos de direita capitalizando a situação a seu favor.

Diz o provérbio bíblico que “quando se semeia o ódio, colhe-se a tempestade”. E no deserto do Negev e em seus arredores as colheitas têm sido tempestuosas. Lá, de um lado e do outro, só se planta ódio.

Ao pensar nisso, emudeço novamente.

Os destinos da identificação com o agressor

O fenômeno da “identificação com o agressor”, descrito pelo psicanalista Sándor Ferenczi (1873 – 1933) nos auxilia a entender o que nomeei de sequestro dos espíritos. Trata-se de um mecanismo psíquico de defesa por meio do qual, frente à uma violação física ou moral traumática, a vítima, ou o grupo vilipendiado, desenvolvem um vínculo afetivo com seu(s) agressor(es). A violência extrema nos faz regredir, e regredidos somos como crianças vulneráveis; amamos aqueles dos quais nossas vidas dependem, ainda que sejam nossos sequestradores, como no caso mais conhecido da Síndrome de Estocolmo.

Porém, outra forma de vínculo afetivo possível, ainda mais aprisionante que o amor submisso, é o ódio destruidor, por meio do qual nos tornamos iguais àqueles que nos subjugaram. O ódio destruidor fomenta fantasias e atos de vingança. Desde o sujeito que sofreu maus tratos e se torna delinquente, do abusado sexualmente que se torna estuprador, até os casos, tão bem retratados nos filmes da máfia italiana, nos quais famílias concorrentes não cessam de se exterminar mutuamente.

Dada essa breve explanação, creio que o terrorismo e a violência militarista têm, ambos, o dom de sequestrar nossos espíritos e de mobilizar nossas piores paixões, com destaque para o ódio destruidor. Frente ao horror provocado pela ideia dos atos hediondos terroristas e da impiedosa resposta militarista, nosso pensamento se paralisa, e a primeira reação é a paixão vingativa. “Seres tão vis, capazes de tamanhas atrocidades, merecem morrer, de preferência com requintes de crueldade”. Algo tão antigo como a ética bíblica do olho por olho, dente por dente, se apodera dos nossos espíritos e nos torna juízes implacáveis, quando não assassinos em potencial.

Por outro lado, uma vez que o ódio destruidor provoca imenso desprazer naquele que o experimenta, sua contraface previsível é o desmentido, que busca minimizar o horror do qual fomos testemunhas. “Não, não é possível que seres humanos possam fazer isso com bebês, mulheres ou idosos; só pode ser fake news”. Ou então “eles não têm outra alternativa”.
Desse modo, a violência em estado bruto nos torna incrédulos negacionistas, ou vingadores sanguinários movidos pela paixão punitiva. Ambos recusam parte da realidade, pensam de modo maniqueísta, simplificam os problemas de modo a encontrar a solução mais fácil: o extermínio do inimigo.

O conflito Israel-Palestina é de enorme complexidade, com nuances históricas, religiosas, geopolíticas, econômicas. Portanto, qualquer tentativa de entendimento exige o exercício pleno do pensamento empático. No campo político, apenas o reconhecimento mútuo das perdas e dos danos sofridos, bem como dos lutos necessários a cada um dos povos, permitiria a retomada das negociações em direção à solução – que hoje parece tão longínqua – dos dois Estados convivendo pacificamente. Não necessariamente em harmonia, como dizia o escritor Amós Oz, integrante do movimento de esquerda israelense “paz agora” (“shalom achshav”), mas pacificamente.

A questão é que, aparentemente, nossos espíritos foram sequestrados em 07/10, e não conseguimos mais pensar fora da lógica binária da identificação com o agressor, ou com a vítima, outra face da mesma moeda, já que exige vingança. Alguns odeiam o terrorismo, o Hamas e, por extensão, o povo palestino. Outros odeiam o Estado de Israel, sua força militar, sua aliança duradoura com os Estados Unidos e, por extensão, todos os judeus. O mal está sempre do outro lado, a nos espreitar. E com os espíritos sequestrados, tudo é permitido, tudo é justificável. Do estupro seguido de tortura e morte ao bombardeio de áreas densamente povoadas, dos gritos de “morte aos judeus” à islamofobia propagada à boca pequena. E quando tudo é permitido, o equilíbrio exigido para qualquer negociação de paz torna-se impossível.

Sobre uma carta de Freud

A guerra mal tinha iniciado e já circulava nos meios psicanalíticos uma carta de Freud endereçada ao militante sionista Chaim Koffler. Na missiva Freud, judeu austríaco, confessava pouco entusiasmo com o projeto de criação de um Estado para os judeus e, menos ainda, com a possibilidade de os islâmicos aceitarem que alguns de seus lugares santos fossem confiados à sua guarda. Muniz Sodré, que sempre mereceu minha admiração, publicou uma coluna no jornal O Globo (28/10/23) citando a carta para criticar o que nomeia de “lógica colonial” que inspirou a criação do Estado de Israel, usando do nome de Freud para sugerir que o pai da psicanálise pressentiu que o projeto “daria errado”.

Ora, a carta de Freud é de 1930. Oito anos depois Freud deixava Viena em direção a Londres – graças a uma negociação empreendida junto aos nazistas pela princesa Marie Bonaparte – para escapar da morte nos campos de concentração, destino de seus familiares próximos. Não sabemos o que Freud teria escrito a Koffler logo antes de morrer ou, se ainda estivesse vivo, após a guerra. Afinal, se o seu receio era o de que a imigração dos judeus – fugindo do antissemitismo prevalente na Europa – para o Oriente Médio “desse errado”, depois de Auschwitz o mínimo que se pode pensar é que pior seria impossível. Me espanta é que nenhum dos colegas que citou a referida carta considerou importante analisar seriamente o contexto na qual foi escrita, e aquele que a sucedeu.

O fato é que a opinião de Freud anterior às atrocidades nazistas pouco nos ajuda a pensar o conflito Israel-Palestina hoje, como pouco ajudaria saber se ele mudara de ideia depois de se tornar refugiado dos avanços de Hitler. No atual estado de violência e de guerra que tomou a região, melhor seria trocar os argumentos de autoridade e os fundamentos ideológicos e teológicos pelos princípios éticos e, sobretudo, pelo bastante freudiano “princípio de realidade”.

Ou seja, a pergunta a quem pertence a estreita faixa de terra que vai do rio Jordão ao mediterrâneo não pode ser respondida simplesmente com apoio na pergunta “quem estava ali antes”. A imigração judaica moderna à região teve início no século 19, como resposta ao que os europeus chamavam de a “questão judaica”. E em 1947 o Estado de Israel foi reconhecido pela ONU, ainda sob impacto do genocídio perpetrado durante a Segunda Guerra Mundial. A realidade de hoje é que há cerca de nove milhões de israelenses e cinco milhões de palestinos, somando os habitantes de Gaza, dominada pelo grupo terrorista Hamas, e da Cisjordânia, sob o governo da Autoridade Palestina, e qualquer solução que não reconheça esse fato inexorável implicaria exterminar um dos povos.

E apenas espíritos sequestrados podem ter simpatia por essa ideia macabra.

A solução dos dois Estados

Nos anos 1970/1980 comprava-se nas ruas de Jerusalém camisetas e moletons com o slogan “Israel is real”. Havia, na época, apesar dos conflitos já existentes com os vizinhos árabes, um clima de relativo otimismo no Ocidente devido à emergência de um país democrático no Oriente Médio, bem como aos avanços tecnológicos que permitiram aos kibutzim – comunidades agrícolas, na maioria socialistas – fertilizar uma terra desértica.

Atualmente, em função de décadas de sofrimento do povo palestino, assistimos a questionamentos acerca da legitimidade do Estado de Israel, como se fosse possível apagar a história da imigração judaica e os seus 75 anos de existência. Ideologias à parte, os fatos existem. A única solução eticamente aceitável para o conflito israelense-palestino é a criação de um Estado Palestino soberano, ao lado do Estado de Israel.

A pergunta a ser feita, então, é: que representantes do povo palestino e do Estado de Israel seriam os mais aptos para viabilizar o cultivo da vida no Oriente Médio. O cultivo da morte, sabemos, é mérito do Hamas e de outros grupos terroristas, bem como do governo de extrema direita de Netanyahu, que insiste em manter assentamentos judaicos na Cisjordânia e os habitantes de Gaza em uma condição existencial indigna.

Recusar a existência do outro, diferente de nós mesmos, assim como negar a realidade que a nós se impõe, é um mecanismo psíquico que atende a fantasias de onipotência delirantes e perigosas, muito perigosas. E as práticas negacionistas, bem como o ódio destruidor, prosperam nas várias formas de fanatismo e fundamentalismo próprias dos messianismos que orientam o terrorismo islâmico, bem como o projeto chauvinista da “Grande Israel”.

Daniel Kupermann é psicanalista, professor livre-docente do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, presidente do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi e pesquisador bolsista do CNPq

Publicado originalmente na Revista Cult