Enviado por Judith
"As crises pulsam nesses tempos descontínuos: comparecem ventos, rochas e chuvas, que mostram que a vida não segue uma linha reta e ascendente... Crise é o movimento na obscuridade do solo, no ensaio de saídas, no ir às profundezas dos mistérios da vida. Um desemprego, uma perda irreparável, um acidente, uma separação, uma gravidez indesejada... As crises arrancam o telhado protetor de nosso cotidiano, destruindo certezas e planos. Elas expõem o fracasso de uma visão racional da vida... Crises mostram que a vida não está em nossas mãos, que nossos planos não se cumprem. Crises/conflitos convidam-nos a improvisar e a criar novos arranjos de jardins. A pequena planta encontra uma fissura na rocha, espreme sua raiz por essa brecha e por muito tempo toda a energia se concentra em alongar-se para além da fenda. Alonga, alonga, e depois de muito penetrar encontra terra. Agora pode continuar a crescer para o alto.As crises despertam forças surpreendentes em nós – se não fugirmos, surgirão novos horizontes e solos. Elas nos desafiam a criar uma nova maneira de viver.... As crises funcionam como uma peneira que ajuda a discernir o que importa. Elas confrontam nossas crenças e rotinas. Se aceitamos esse desafio, podemos nos libertar de estereótipos, do rotineiro "piloto automático". Quando não permitimos esse tempo de revisão de rota, criamos tabus e silêncios que levam à estagnação da vida. É preciso dar impulso à raiz, em busca de solos mais propícios!"
(Karin Wondracek / Carlos Hernández)
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