sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Alterações Climáticas.

Fiquei perplexo ao saber que o senador republicano James Inhofe afirmou que o o aquecimento global é uma "grande fraude" perpetrada pela comunidade científica. Depois, pensando sobre a natureza humana, me resignei. A ganância é mesmo um desconcertante vale tudo. Para justificar a manutenção e abertura de novos espaços estratégicos para o capitalismo global, não há limites nem lugar a ponderações ou a decência. Já se sabe que o planeta não pode mais suportar o atual modelo de consumo mas ainda assim ninguém quer ceder e isso inclui eu e você. Desta forma, a humanidade ruma célere para o abismo a bordo de luxuosos automóveis, e adornada com toneladas de quinquilharias consumidas como sucedâneo para o vazio existêncial (ou seria essencial?)
Os cientistas não sabem exatamente o quanto as temperaturas mundiais irão aumentar se continuarmos tocando nossas vidas nesse ritmo. Mas segundo os climatologistas essa incerteza é exatamente o que torna a necessidade de mudança tão urgente. Ao mesmo tempo em que existe a possibilidade de agirmos contra o aquecimento global para depois descobrir que o perigo havia sido superestimado, também existe a possibilidade de não agirmos e depois descobrirmos que os resultados da inação foram catastróficos. Que opção você prefere?
Após pesquisar uma ampla variedade de modelos climáticos, Martin Weitzman um estudioso de Harvard, argumenta que, no geral, estes modelos sugerem uma possibilidade de 5% de que as temperaturas do planeta possam aumentar em mais de 10 graus Celsius. Isso é o suficiente para "efetivamente destruir o planeta Terra tal como o conhecemos".
Está em andamento atualmente, um estudo incluindo perfurações no ártico para analisar o clima no passado e suas alterações, podendo retroagir ao período de aquecimento conhecido como Eemiano, de 130 mil a 115 mil anos atrás. Sobre isso, Thomas Friedmam escreveu no New York Times, um artigo interessante que pode ser lido também aqui.

Um comentário:

Ari disse...

O profeta disse que "os elementos, ardendo em fogo, se desfariam."
A cada dia descobrimos que é a nossa sociedade que está a incendiá-los.

Como pode haver um existencial vazio, ou um vazio existencial?
Deve ser... essencialmente, uma escolha. (!?)
Bravo!

Um grande abraço meu amigo