quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lourenço Diaféria

Quando eu cheguei em São Paulo (era final de 1980 eu acho) assustado e maravilhado com a cidade, me lembro que andando pelas ruas da cidade, acabei tendo por referência o teatro municipal. Bem ali em frente ficava a loja de departamentos Mappin com seus oito ou dez andares onde eu gostava de perambular. Além da garoa, do frio, e do ritmo da cidade o que mais me chamava atenção era o hábito das pessoas andarem com jornais nas mãos, pois eu vinha do interior onde o hábito inexiste. Logo comecei a notar que a maior parte das conversas eram pautadas pelos jornais, cronistas, etc, e por acaso começei a ler jornal e adquiri o hábito que viria a me ajudar no primeiro emprego onde eu “clipava” as noticias mais importantes dos principais jornais do país para o patrão. Virou um vício e me afeiçoei aos grandes jornalistas e cronistas da época como Cláudio Abramo, Lourenço Diaféria, Oto Lara Rezende e tantos outros. Bem Hoje, morreu o Lourenço Diaféria que era um craque e favorito do meu amigo Uzzi. Como homenagem, garimpei duas crônicas sendo uma delas –a de 1977- que lhe rendeu perseguição e prisão pela ditadura. São elas Heroi morto. Nós. e Nunca deixe seu filho mais confuso que você.

Um comentário:

Indra disse...

Ri, vc tem que dar graças a Deus por esse teu primeiro trabalho de clipping de notícias. Tantas palavras sábias e tanta eloquencia! Não conheci este jornalista, mas para mim, ele já é um herói pelo texto humano que escrevia: "ele está ensinando a este país, de heróis estáticos e fundidos em metal, que todos somos responsáveis pelos espinhos que machucam o couro de todos." Eu fico até com vergonha de escrever quando leio textos tão humanos. O mundo precisa de mais gente com feeling.