segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Lula evita falar sobre ajuda do Exército na Satiagraha

Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou hoje comentar as notícias de que além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), também o Centro de Inteligência do Exército, tenha ajudado o delegado federal Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha, que investigava supostos crimes do banqueiro e sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas. "Tudo o que vier de informação, sem confirmação, me desculpem, eu, no papel de presidente não posso comentar", afirmou o presidente. "Disseram isso (que o Exército participou da Satiagraha,) e o Comandante do Exército desmentiu. Eu prefiro acreditar no comandante do Exército."
Lula queixou-se ainda com a quantidade de tempo que está sendo gasto pelo governo na apuração das investigações sobre a existência de um grampo que flagrou a conversa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-TO) e voltou a pedir ao jornalista que revele a fonte que informou quem fez o grampo. "Essa história de grampo seria tão fácil de resolver se vocês, ao invés de perguntar pra mim, fossem perguntar para quem fez a matéria da revista que publicou", repetiu Lula.
"O cidadão que escreveu a matéria disse que uma fonte disse para ele. Ele sabe quem é. Eu, a única coisa que posso fazer, é investigar. Se ele contasse para vocês o nome da pessoa que fez o grampo, seria mais fácil", desabafou ele, acrescentando que "em nome de uma suposta fonte, o governo está tendo um trabalhão imenso pra fazer uma investigação".
Em seguida, ironizou: "No dia que a gente tiver uma solução, a gente conta. Mas, vocês poderiam, com a mesma vontade que têm de perguntar para mim, perguntar para o jornalista que escreveu a matéria quem é a fonte que diz que fez o grampo e aí estaria tudo resolvido."

Comentario: luiz Nassif dia desses levantou hipótese que faz bastante sentido: "Há uma probabilidade alta de que o suposto grampo em Gilmar Mendes e Demóstenes Torres tenha sido encomendada pela revista Veja a um araponga; ou tenha sido fornecida a ela por algum araponga financiado por alguém com objetivos criminosos: comprometer uma investigação sobre formação de quadrilha. E por que probabilidade alta? Porque a revista tem histórico de ligações com arapongas e anunciou dispor de documentos comprovando a autoria da ABIN - e nunca mostrou.
A Época já cobrou posição da Veja. Quando Folha, Estadão e Globo vão exigir que Veja apresente as provas que ela mesmo diz dispor? Não significará comprometer fontes, se as provas (na hipótese de existirem) forem documentais.
Todos os jornais que repercutiram o grampo tornaram-se responsáveis pela notícia e estão pagando caro pela perda de credibilidade da mídia como um todo. Chegou a hora de cair a ficha: o mau jornalismo está afetando a mídia como um todo. Se a mídia não demonstrar capacidade de auto-regulação, fazendo o mínimo - exigindo que Veja mostre o que diz ter - a legitimidade da liberdade de imprensa estará ameaçada. O desgaste é nítido. E os reflexos também, na proliferação de leis que restringem a publicidade na mídia, por exemplo."

Um comentário:

Ari disse...

q bom q tem nassifs lúcidos na imprensa!
de todos os possíveis escândalos no Brasil, o da incompetência e má fé da imprensa é o pior e o mais avassalador.
um país com uma imprensa comprometida e venal é um país sem voz, sem audição e cego.